Segundo o diretor de Infraestrutura da Cúria Metropolitana, engenheiro Rômulo Albertini Rigueira, a prefeitura já concedeu a licença de terraplenagem, devendo ser revolvidos cerca de 100 mil metros cúbicos. A expectativa é de que a catedral, com 54 mil metros quadrados de área construída e capacidade para 5 mil pessoas sentadas (na parte interna) e espaço para 20 mil em grandes eventos, seja concluída em quatro anos. Para deslanchar o projeto orçado em R$ 100 milhões, a arquidiocese tem em caixa 20% do total.
A obra, a cargo da construtora Mendes Júnior, estará dividida em seis etapas: terraplenagem e contenções, até o fim do ano; fundações profundas, em 2014; e a construção da estrutura do templo, até 2015. “O objetivo é que os católicos participem ativamente durante todo o processo. Vamos precisar de tudo: de cimento, cerâmica, argamassa, vidro etc. Agora é a hora de concreto e aço, mas se uma pessoa ou empresa quiser doar vidro, a ser usado na etapa final, já pode firmar o compromisso, que vamos ficar muito felizes”, diz Rômulo.
DETERMINAÇÃO Desde 2004, quando chegou de Salvador (BA) para tomar posse à frente da Cúria, dom Walmor começou a discutir exaustivamente a viabilidade do projeto da catedral com o clero. As primeiras questões envolviam a localização, já que a Arquidiocese de BH é composta de 28 municípios, onde residem mais de 5 milhões de pessoas. Depois de muitos estudos, a equipe da Cúria se decidiu pelo epicentro da região metropolitana, o Bairro Juliana. Um motivo de orgulho para o arcebispo foi ter escolhido e comprado o terreno bem antes de empreendimentos de porte chegarem ao Vetor Norte, caso da Linha Verde, Cidade Administrativa e ampliação do Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins.
Em seguida à aquisição da área, em 2005, mãos à obra, e o primeiro passo de dom Walmor foi encomendar pessoalmente a concepção arquitetônica a Niemeyer, autor dos projetos modernistas, na década de 1940, na Pampulha. O arquiteto veio a BH e entregou o projeto num prazo de seis meses e nos cinco anos seguintes a equipe da Cúria se debruçou sobre os desenhos, refletindo e discutindo. O clero o aprovou, depois de muitas conversas também com a sociedade. Na concepção arquitetônica, nada foi alterado, mas foram necessários ajustes na acústica, luminosidade e ventilação. “O importante é que todos fazem parte dessa obra”, diz o arcebispo.
Linha do tempo
1922 – Em 30 de abril, dom Cabral chegou a Belo Horizonte para instalar a diocese, criada em 11 de fevereiro de 1921 pelo papa Bento XV. Entre as tarefas, estava o desafio de construir a nova catedral
2004 –O arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, dom Walmor Oliveira de Azevedo, inicou as conversas com o clero e segmentos da sociedade, certo de que o projeto terá que ser no epicentro da Região Metropolitana de BH
2005 –Definição de que o projeto será implantado em frente à estação de metrô Vilarinho, na Avenida Cristiano Machado, na Região Norte da capital. O arquiteto escolhido foi Oscar Niemeyer
2006 – Em maio, o arquiteto Oscar Niemeyer apresentou o projeto, que foi discutido na arquidiocese
2011 – Em 2 de julho, foi feita a apresentação do projeto à comunidade católica no ginásio do Mineirinho,
2011 – Em 19 de novembro, a cruz da catedral foi iluminada – branca, de 20 metros de altura, feita de uma liga de aço e nióbio de Araxá. Foi feita a bênção da pedra fundamental do templo
2012 – Em 30 de agosto, foi assinado o protocolo de intenções entre a Cúria Metropolitana e as empresa construtora Mendes Júnior
2013 – Em 19 de março, dom Walmor presidiu a Festa de São José, com a entronização da imagem do padroeiro das famílias e de Nossa Senhora da Piedade