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Estado de Minas

Lésbicas se escondem até na hora de denunciar


postado em 06/04/2013 06:00 / atualizado em 06/04/2013 07:08

A maioria dos casos que chegam ao Núcleo de Atendimento e Cidadania a Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (NAC-LGBT), da Polícia Civil, envolvem gays, travestis e transexuais. Juntos, eles somam 80% das ocorrências. “Percebemos que, em relação aos gays, há um número menor de lésbicas assumidas. Isso faz parte de um contexto patriarcal, em que a mulher é criada para o casamento e é obrigada a seguir esses passos, por se tratar de algo cultural. O homem gay geralmente tem mais coragem de se expor”, afirma a supervisora do NAC, a delegada Margaret de Freitas Assis Rocha.

A policial conta que, entre as vítimas atendidas, a maioria sofre violência dentro da própria família. “São agressões, ameaças. Normalmente, as mulheres que chegam aqui estão saindo da adolescência até perto dos 30 anos, quando ainda há dependência dos pais”, diz Margaret, que também é chefe da Divisão da Mulher, Idoso e Portador de Deficiência. Embora a homofobia não seja considerada crime, culmina em outras transgressões que ferem o Código Penal, como injúria, ameaça e lesão corporal.

“Os diretos constitucionais do cidadão de liberdade de expressão e igualdade têm que ser preservados”, afirma. Criado há um ano e meio, o NAC atende reivindicação dos movimentos sociais. Apesar de não funcionar como uma delegacia, orienta e acompanha casos ligados à temática LGBT. “Infelizmente, quando essa população chegava às delegacias comuns acabava sendo vitimizada novamente, pois é reflexo de uma sociedade com preconceito muito grande”, conta.

Conflitos têm início em casa

Walkiria La Roche
Coordenadora especial de Políticas de Diversidade Sexual do estado

“A família é, normalmente, a primeira instituição a violar o direito dos homossexuais. É onde você recebe os valores, ensinam que homem tem que gostar de mulher e vice-versa. Muitos são até mesmo violentados sexualmente, como forma de mostrar o que é certo. Depois, há violações nas instituições públicas e privadas, entre elas a escola, em que dificilmente se trabalha a questão da diversidade. Dada essa complexidade, esse não é um tema de que se possa falar com simplicidade. No caso das lésbicas, o sofrimento é grande, pois envolve a violência de gênero. O fato de a cantora Daniela Mercury ter se assumido publicamente é uma referência muito positiva, uma ação afirmativa. Mostrou ser uma mulher centrada e talentosa, e nada disso tem a ver com a orientação sexual. Evidentemente, cada pessoa tem seu tempo e seu momento e isso passa por uma questão de estabilidade emocional e financeira.”

Serviço

Núcleo de Atendimento e Cidadania LGBT
Rua Paracatu, 822, Barro Preto – BH
(31) 3291-2931 ou 3291-3552


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