O Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial (CNPIR) divulgou nesta segunda-feira uma moção de repúdio ao trote polêmico na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e exigiu que a instituição de ensino tome as medidas cabíveis para apuração e penalização dos responsáveis. O caso ganhou repercussão nacional no fim de março deste ano, com duas fotos divulgadas em um perfil no Facebook que mostram uma estudante com o corpo pintado com tinta preta, acorrentada e puxada por um veterano. Ela ostenta uma placa com os dizeres “caloura Chica da Silva”, em referência à famosa escrava que viveu em Diamantina no século 18, liberta após se envolver com um contratador de diamantes. Em outra foto, um calouro está amarrado a uma pilastra enquanto outros três estudantes fazem uma saudação nazista. Um deles pintou um bigode semelhante ao do ditador alemão Adolf Hitler.
No documento publicado no Diário Oficial da União (DOU) o conselho “vem a público manifestar absoluto absoluto repúdio aos injustificáveis episódios de racismo e violência contra a população negra, especialmente contra as mulheres e a juventude, ocorridos na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), por ocasião da "recepção a calouros" do Curso de Direito da referida Universidade”
Por fim o conselho cobrou uma ação efetiva da universidade: “considerando ainda que o Racismo é um crime inafiançável, o CNPIR exige que a UFMG tome as medidas cabíveis para a apuração e penalização dos responsáveis pelo ato de racismo cometido em uma de suas unidades de ensino. Da mesma forma, exigimos as devidas informações sobre as medidas adotadas por essa instituição para que tais práticas criminosas não se repitam”. Veja o documento na íntegra. Também no DOU de hoje o conselho repudiu ações do deputado Marco Feliciano.
A moção do repúdio é um posicionamento oficial do órgão sobre o trote e ficará a cargo da UFMG dar uma resposta. Não há qualquer efeito de punição. A universidade informou que está tomando conhecimento da moção e vai se pronunciar em breve.