Veja mais fotos
Ontem, os trabalhos começaram com uma reunião de técnicos da Defesa Civil e da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, além do Corpo de Bombeiros, Guarda Municipal e BHTrans. O trânsito foi fechado na Avenida Barbacena, entre as ruas Tenente Brito Melo e Timbiras, e logo depois dois funcionários da PBH começaram a marcar as partes que deveriam ser cortadas. O barulho da motosserra chamou a atenção de quem passava. Como os galhos são muito pesados, o trabalho é lento, não sendo possível cortá-los de uma só vez.
Todas as partes suprimidas estavam secas e praticamente se desmanchavam ao tocar o chão. O coordenador de Defesa Civil municipal, coronel Alexandre Lucas, disse que a operação tem caráter preventivo”: “Estamos monitorando todos os fícus da cidade e nesse caso avaliamos que é necessário cortar os galhos secos de 19 árvores por conta do risco de queda dessas partes. Isso expõe pessoas e bens a risco de acidentes”. A poda está prevista para durar até sexta-feira e ocorre diariamente entre as 8h e as 16h, com a interdição do tráfego nesse período. Quem sobe a Avenida Barbacena deve entrar na Tenente Brito Melo e pegar a Timbiras para voltar à avenida.
Enquanto os funcionários da PBH trabalham no corte de partes dos fícus da Barbacena, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente (SMMA) segue fazendo testes para descobrir um tratamento para as árvores que já foram infestadas pela mosca-branca-do-fícus. Em laboratório, os técnicos usam o inseticida orgânico óleo de nim em mudas da espécie. Os espécimes foram infestados com a mosca e agora está em andamento a tentativa de eliminar a praga. Outra possibilidade é o uso do fungo Metarhizium, que está sendo também testado para agir no controle biológico da praga que ameaça as árvores da época da fundação da capital.
AÇÕES DISTINTAS
A engenheira-agrônoma da SMMA Cássia Lafetá afirmou que a poda dos fícus da Barbacena não tem ligação com tratamento. “A poda tem caráter de prevenção. Sobre tratamento, estamos aguardando a liberação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para os testes no conjunto de árvores com as substâncias que estão sendo testadas em laboratório”, afirma. Cássia diz que a PBH tem atuado de forma a tentar deixar os espécimes mais fortes, para que resistam mais tempo à praga. “Estamos fazendo adubação com silício, irrigação e há também uma vertente da Fundação Zoo-Botânica trabalhando com homeopatia. Tudo com o objetivo de manter os exemplares fortes”, ressaltou a engenheira.
O empresário Sávio Figueiredo, de 44 anos, que circula constantemente pela Avenida Barbacena, elogiou o corte dos galhos secos, mas pediu empenho na conservação das árvores. “A prefeitura deve fazer o que estiver ao alcance para manter os fícus”, disse ele. A estudante Letícia Zampier, de 23, não imagina a Barbacena sem os gigantes verdes. “São eles que fazem este ambiente ficar lindo. É importante eliminar galhos secos para evitar o risco, mas as árvores não podem sair”, afirmou.
Em 26 de março, a prefeitura decretou situação de emergência por meio do Decreto 15.183 com o objetivo de acelerar procedimentos junto a órgãos federais e também de garantir a compra de serviços ou produtos necessários para eliminar a mosca-branca-do-fícus. A estratégia principal é eliminar a burocracia para conseguir autorização da Anvisa no que diz respeito ao uso das substâncias que estão sendo testadas. Já há contaminação dos exemplares das avenidas Barbacena e Bernardo Monteiro, além do adro da Igreja da Boa Viagem, todos na Região Centro-Sul, e do Parque Municipal Lagoa do Nado, na Região Norte.