Pode chegar a 38 mortes por dengue. Ontem à tarde, a dona de casa Glaubiane Gomes Teixeira, de 27 anos, morreu no Hospital Municipal de Contagem, na Grande BH. O marido dela, o carregador Roney Ferreira de Oliveira, de 31, disse ontem à noite que desde quarta-feira passada a mulher, com quem estava casado havia quatro meses, apresentava os sintomas da doença. “Eu a levei várias vezes à Policlínica do Ressaca e uma enfermeira é que atendia, aplicando soro e analgésico. Do sábado para o domingo ela passou muito mal e a levei para o hospital”, contou Roney.
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde de Contagem confirmou que a causa da morte de Glaubiane será investigada. Segundo o órgão, a paciente morreu em decorrência de síndrome de febre hemorrágica, por doença infecciosa de causa não identificada. Caso se confirme, a morte de Glaubiane será a terceira ocorrida na cidade por dengue.
CAPITAL Em BH, se depender do protocolo de atendimento da prefeitura, o mosquito continuará com tempo suficiente para se reproduzir em áreas que são alvo de denúncias de focos de dengue. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMSA), não há plano de reduzir o prazo de 10 dias úteis para a apuração de reclamações apresentadas pela população pelo Disque 156 (BH Resolve). Como o Estado de Minas mostrou ontem, o tempo estipulado pela PBH pode chegar a 12 dias corridos – devido ao fim de semana –, tempo suficiente para que o inseto evolua de larva à fase adulta.
“Não há nenhuma medida em andamento para ampliar esse prazo. O que a SMSA tem feito é tentar atender as solicitações antes de completar 10 dias”, informou a assessoria de comunicação da secretaria. Preocupada com a possibilidade de mosquitos se proliferarem no quintal vizinho, a aposentada O., moradora do Bairro Renascença, fez denúncia anônima na Regional Nordeste em 1° de abril, mas tem medo de que o pedido seja em vão. “Liguei hoje (ontem) para a regional, porque já completaram nove dias desde que protocolei a denúncia, e os agentes responderam que farão a visita nos próximos dias. O problema é que o lote está sujo e os mosquitos se reproduzindo”, teme.
Segundo ela, os agentes não informaram a data da visita e alegaram que a demora se deve ao aumento das denúncias de focos A moradora lembra ainda que o município dá 30 dias para que o proprietário do terreno faça a limpeza da área, o que daria mais tempo ao mosquito. “A prefeitura deveria reduzir esse prazo, porque a população está correndo riscos.”
Segundo a SMSA, não faltam agentes. São 1.423 atuando no combate à dengue, um para 684 imóveis.