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Estado de Minas

Estudante que teve de retirar turbante para fazer prova da UFMG vai processar universidade

Heitor Vicente Corrêa, de 24 anos, participou nesta quarta-feira de uma audiência pública Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Deputados também vão pedir ao MEC que investigue o caso


postado em 10/04/2013 15:42 / atualizado em 10/04/2013 16:08

O jovem preferiu retirar a peça para não ser eliminado do vestibular(foto: Reprodução Facebook)
O jovem preferiu retirar a peça para não ser eliminado do vestibular (foto: Reprodução Facebook)
O estudante de música Heitor Vicente Corrêa, de 24 anos, membro da comunidade religiosa Sirk, que teve de retirar o turbante para fazer a prova da segunda etapa da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em janeiro deste ano, pretende entrar com uma ação na Justiça contra a instituição de ensino pedindo indenização por danos morais. O jovem, que conseguiu ingressar no curso, alega que foi vítima da intolerância religiosa. Nesta quarta-feira ele participou de uma audiência pública promovida pela comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).

O caso aconteceu nas provas de segunda etapa da UFMG em janeiro deste ano. O jovem alega que já havia feito as outras provas com o turbante, que compõe o traje da religião sikh dharma, e não havia sido barrado. Porém, na última etapa, acabou impedido. Ele foi levado para uma sala separada e recebeu a opção de fazer a prova sem a peça. “Me senti um pouco confrontado e muito nervoso. Sabia que se eu fizesse a prova eu poderia lutar por um lugar mais alto. Aguentar brincadeiras na rua eu aguento todo dia e gente atravessando a rua quando me vê. Vi neste caso uma forma de tentar mudar o jeito que a sociedade vê uma pessoa de turbante. Mas a universidade se mostrou totalmente despreparada”, afirma o estudante.

Heitor fez a prova e conseguiu entrar no curso de música. Porém, quando foi fazer a matrícula, acabou impedido. “Não deixaram eu fazer a matrícula sem eu tirar o turbante. Isso foi outra coisa absurda”, comentou. O jovem alega que é bem tratado por professores e outros estudantes na universidade.

Uma ação deve ser ingressada por ele nos próximos dias. “Não entramos ainda, pois queríamos ver se os outros órgãos aceitariam o nosso ponto de vista. Como vimos que eles nos apoiaram, vamos juntar os materiais para entrar com a ação”, explicou o estudante.

O deputado federal Durval Ângelo, quem pediu a audiência, informou que os documentos produzidos na reunião serão entregue ao Ministério da Educação (MEC). “Vamos pedir que seja feita uma investigação sobre a prática de intolerância e discriminação por parte da UFMG”, disse.

A UFMG informou que, pela regra do edital, o candidato deveria ter sido eliminado do concurso, uma vez que se apresentou com uma peça semelhante a chapéu, o que não é permitido. No entanto, a direção considerou a questão e ofereceu a oportunidade de o estudante fazer a prova sem turbante, em sala separada.
Em relação ao não comparecimento de nenhum membro da universidade na audiência pública, a UFMG informou que o reitor teve compromissos em Brasília e por isso não pode ir.


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