A ministra Maria do Rosário, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR), está na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) na manhã desta quinta-feira participando de um debate sobre trote na instituição de ensino. A discussão é organizada pela reitoria da universidade em parceira com o Diretório Central dos Estudantes (DCE) e faz parte da campanha “Trote não é legal”. Os alunos marcam presença na reunião dentro do câmpus Pampulha, assim como a vice-reitora Rocksane de Carvalho Norton.
Este ano, a UFMG voltou a reforçar a proibição dos trotes em calouros e repudiou o trote considerado preconceituoso na Faculdade de Direito em março. O caso ganhou repercussão nacional no fim de março deste ano, com duas fotos divulgadas em um perfil no Facebook que mostram uma estudante com o corpo pintado com tinta preta, acorrentada e puxada por um veterano. Ela ostenta uma placa com os dizeres “caloura Chica da Silva”, em referência à famosa escrava que viveu em Diamantina no século 18, liberta após se envolver com um contratador de diamantes. Em outra foto, um calouro está amarrado a uma pilastra enquanto outros três estudantes fazem uma saudação nazista. Um deles pintou um bigode semelhante ao do ditador alemão Adolf Hitler.
A UFMG deve enviar nos próximos dias um documento para CNPIR para informar quais as medidas já foram tomadas. Uma comissão de sindicância foi criada em 19 de março para apurar as responsabilidades do trote com conotações racistas e referência ao nazismo. A comissão tem 30 dias para fazer a investigação ouvir os envolvidos e elaborar um parecer.