Responsável pelo policiamento na praça Hugo Werneck, a capitã Elizângela Aldrim, comandante da 3ª Cia. do 1º Batalhão, admite que as pessoas estão cansadas da situação enfrentada na praça, mas alega que o problema é muito mais abrangente e não será resolvido apenas pela PM. “É uma questão política e social, que demanda intervenções para evitar que crianças e adolescentes voltem para a rua”, diz ela.
A oficial chama a atenção também para a diferença entre drogas e inalantes. “Na praça eles costumam usar tíner, que é um inalante. A lei prevê condução nos casos de drogas, como crack e maconha, coisa que não é comum nessa região”, diz. A chefe do policiamento ainda diz que a lei para aqueles que têm menos de 18 anos é muito branda, o que faz com que os menores sejam rapidamente liberados depois de conduzidos à delegacia.
Uma das conselheiras tutelares da Região Centro-Sul, Ana Paula Pinheiro afirma que normalmente não há problemas com menores de 12 anos levadas pela PM à entidade. “A maior dificuldade são os maiores de 12 anos mandados pela Vara da Infância depois que cumprem medidas socioeducativas de internação. Quando chegam aqui para serem encaminhados ao abrigamento, muitos fogem e voltam para a rua. Não temos condição de barrar”, afirma Ana Paula. Ela completa dizendo que Ministério Público, Polícia Civil, PM e comunidade têm se reunido com o objetivo de encontrar soluções para o desafio.