Deslocar, movimentar, progredir, transferir ou mudar. Cinco significados em inglês, espanhol ou português para a mesma palavra: Move, usada internamente pela BHTrans para definir o sistema de Transporte Rápido por Ônibus – ou BRT, na sigla inglesa. O nome é muito usado em materiais publicitários e testes da empresa que organiza o layout e a identidade visual do sistema apontado como solução pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) e pela Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas (Setop) para o transporte público até a Copa de 2014. O nome Move consta, inclusive, nos painéis internos da única estação de transferência de passageiros que está pronta e instalada, na Avenida Cristiano Machado, altura do Bairro União, na Região Nordeste.
Fontes ligadas à BHTrans e à Setop confirmam que o nome BRT tem data marcada para ser substituído: assim que os ônibus começarem a ser testados, em meados de dezembro, já que a sigla atual não agradou ao plano de marketing preparado por agências especializadas. A BHTrans não confirma, mas também não nega que o nome final para o sistema seja Move, mas as mesmas fontes ouvidas pela reportagem garantem que o planejamento publicitário já foi finalizado e que agora está guardado a sete chaves, esperando para um anúncio oficial e com pompa.
A nova cara do BRT vai sendo mostrada aos poucos, dentro da própria Estação União, uma armação de metal, vidro e cimento à qual o Estado de Minas teve acesso. O espaço, ainda sem eletricidade e aparelhos eletrônicos, tem dois acessos principais para os usuários, uma rampa de embarque, que passa por bilheteria para compra de passagens, e catraca para o Cartão BHBus, e outra no lado oposto, por onde se desembarca para a rua. Cada lado da estação é dotado de quatro portas automáticas de vidro, sendo que metade delas é destinada à passagem de portadores de necessidades especiais. Dentro da estação há dois painéis. O primeiro, ao lado da bilheteria, destaca os ônibus que abastecem aquele ponto, os horários de funcionamento do sistema – que ainda serão definidos para garantir a integração ao metrô -, destaque para os passageiros que têm direito à gratuidade e o que é proibido fazer dentro dos ônibus, como por exemplo fumar e usar equipamentos sonoros com CD players.
No centro da estação, um mural destaca o primeiro mapa detalhado do BRT, já caracterizado como Move. Os três corredores de linhas segregadas são destacados na cor verde-limão, mesma pintura do exterior da estação. Constam entre ruas e referências como a UFMG e a Lagoa da Pampulha as linhas do Centro, Cristiano Machado e Antônio Carlos/Pedro I/Vilarinho. Foram demarcadas 40 estações ao longo dos traçados, sendo seis estações de integração (Santos Dumont/Paraná, Lagoinha, Pampulha, Vilarinho, Venda Nova e São Gabriel), onde se poderão deixar os ônibus de linhas que não utilizam corredores do BRT ou o metrô, para então acessar o novo sistema de transporte. Cada porta de acesso será identificada por um número, letra e o sentido do tráfego. Além disso, identificará as linhas.
Dois pontos chamam a atenção no novo mapa, o primeiro a mostrar com detalhes todos os corredores e estações previstas para o BRT. Um deles é a falta de integração por metrô à estação terminal do Centro, a Santos Dumont/Paraná. O usuário do metrô só chegará ao BRT, no Centro de BH, pela Estação Lagoinha.
A BHTrans informou que as questões de layout e marketing do BRT Horizonte estão “na fase final de elaboração do projeto de comunicação visual e de identidade do sistema, que inclui, além da marca, o manual de sinalização das estações de transferência e dos ônibus”. Quanto ao nome Move, que consta em várias peças, lá estaria “para efeito de testes”. A BHTRANS informou, ainda, que “não confirma que esse será, de fato, o nome a ser adotado. Tão logo essa fase de testes seja concluída, será lançada a licitação para contratação da empresa que cuidará da criação e instalação das peças.”
Novas Linhas
As placas de sinalização também adiantam a criação de novas linhas alimentadoras e troncais, distribuídas entre estações BHBus já existentes e a estação Pampulha, que vem sendo construída no cruzamento das Avenidas Pedro I e Portugal: como 68 (Estação Vilarinho/São Cristóvão), 5250 (Estação Pampulha/Betânia), 5450 (Estação Pampulha/N. Sra. da Glória). No corredor Cristiano Machado, aparecem ainda a linha 82 (Estação São Gabriel/Hospitais), 85 (Estação José Cândido/Centro), 8850 (Estação São Gabriel/Estação José Cândido), 8451 (Estação São Gabriel/Alto dos Pinheiros), 8551 (Estação São Gabriel/Carlos Luz) e 8850 (Estação José Cândido/Estação São Gabriel).