Jornal Estado de Minas

Interdição na Santos Dumont exige paciência

No primeiro dia de fechamento total por causa de obras do BRT, comerciantes manifestam preocupação com esvaziamento das lojas e usuários com atrasos e falta de segurança

Carolina Cotta
Funcionários da BHTrans sinalizam as mudanças no local. Alexandre dos Santos teme pegar ônibus à noite na Rua Guaicurus - Foto: Euler Jr./EM/D.A Press
Nos pontos de ônibus, avisos sobre as novas rotas de passagem das linhasNos principais cruzamentos, panfletagem de um informativo que explica as mudanças em função da obra do transporte rápido por ônibus (BRT) na área centralO fechamento das duas pistas da Avenida Santos Dumont, no início da tarde de ontem, exigiu uma força tarefa da BHTrans: era preciso comunicar à população que nos próximos 60 dias o fluxo no local será totalmente transformado.


As ruas Espírito Santo e São Paulo passam a funcionar com apenas uma pista e o tempo dos semáforos foi alterado para aliviar o trânsitoMotoristas estão preocupados com a demora para passar pelo gargalo, mas são os usuários das 36 linhas municipais e seis metropolitanas que passam pelo importante corredor os mais preocupadosTodas elas foram transferidas para as ruas Caetés e Guaicurus, principalmente.

O técnico em automação Alexandre dos Santos, de 39 anos, usuário da linha 4033, teve seu ponto transferido para a Rua Guaicurus“Essa região é deserta à noiteNão tem um policiamento decenteFiquei sabendo pelo rádio que as mudanças começavam no sábado, mas já tem mais de uma semana que estou pegando o ônibus aqui”Segundo a BHTrans, poucas linhas foram transferidas antecipadamente por causa de um estreitamento prévio da Santos Dumont

Segundo Fernando de Oliveira Pessoa, gerente de coordenação de operação da BHTrans, o fechamento é necessário para colocação da cobertura e dos vidros nas três estações do BRT situadas na avenida, parte da obra que não poderia ter sido feita no primeiro momento em que a Santos Dumont foi fechada“Primeiro precisávamos fazer o pavimento

Nessa etapa fechamos uma pista de cada vez e a obra durou mais tempoAgora fechamos toda a avenida, mas nosso prazo é de 60 dias.”

Comerciantes estão descrentesCláudio Santos, gerente de uma loja de utilidades domésticas na esquina com Rua Espírito Santo, soube da mudança há dois dias, pelo informativo que estão distribuindo“Não existiu conversa alguma conoscoDa primeira vez que a avenida foi fechada tivemos uma queda de 40% nas vendasAgora deve ser ainda maiorAlém de espantar o público, esse fechamento atrai marginalidade, porque a avenida fica muito vaziaJá vi o mesmo serviço ser feito e refeito tantas vezes que estou incrédulo.”