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Estado de Minas

Interdição na Santos Dumont exige paciência

No primeiro dia de fechamento total por causa de obras do BRT, comerciantes manifestam preocupação com esvaziamento das lojas e usuários com atrasos e falta de segurança


postado em 14/04/2013 00:12 / atualizado em 14/04/2013 07:26

Funcionários da BHTrans sinalizam as mudanças no local. Alexandre dos Santos teme pegar ônibus à noite na Rua Guaicurus (foto: Euler Jr./EM/D.A Press)
Funcionários da BHTrans sinalizam as mudanças no local. Alexandre dos Santos teme pegar ônibus à noite na Rua Guaicurus (foto: Euler Jr./EM/D.A Press)
Nos pontos de ônibus, avisos sobre as novas rotas de passagem das linhas. Nos principais cruzamentos, panfletagem de um informativo que explica as mudanças em função da obra do transporte rápido por ônibus (BRT) na área central. O fechamento das duas pistas da Avenida Santos Dumont, no início da tarde de ontem, exigiu uma força tarefa da BHTrans: era preciso comunicar à população que nos próximos 60 dias o fluxo no local será totalmente transformado.


As ruas Espírito Santo e São Paulo passam a funcionar com apenas uma pista e o tempo dos semáforos foi alterado para aliviar o trânsito. Motoristas estão preocupados com a demora para passar pelo gargalo, mas são os usuários das 36 linhas municipais e seis metropolitanas que passam pelo importante corredor os mais preocupados. Todas elas foram transferidas para as ruas Caetés e Guaicurus, principalmente.

O técnico em automação Alexandre dos Santos, de 39 anos, usuário da linha 4033, teve seu ponto transferido para a Rua Guaicurus. “Essa região é deserta à noite. Não tem um policiamento decente. Fiquei sabendo pelo rádio que as mudanças começavam no sábado, mas já tem mais de uma semana que estou pegando o ônibus aqui”. Segundo a BHTrans, poucas linhas foram transferidas antecipadamente por causa de um estreitamento prévio da Santos Dumont.

Segundo Fernando de Oliveira Pessoa, gerente de coordenação de operação da BHTrans, o fechamento é necessário para colocação da cobertura e dos vidros nas três estações do BRT situadas na avenida, parte da obra que não poderia ter sido feita no primeiro momento em que a Santos Dumont foi fechada. “Primeiro precisávamos fazer o pavimento. Nessa etapa fechamos uma pista de cada vez e a obra durou mais tempo. Agora fechamos toda a avenida, mas nosso prazo é de 60 dias.”

Comerciantes estão descrentes. Cláudio Santos, gerente de uma loja de utilidades domésticas na esquina com Rua Espírito Santo, soube da mudança há dois dias, pelo informativo que estão distribuindo. “Não existiu conversa alguma conosco. Da primeira vez que a avenida foi fechada tivemos uma queda de 40% nas vendas. Agora deve ser ainda maior. Além de espantar o público, esse fechamento atrai marginalidade, porque a avenida fica muito vazia. Já vi o mesmo serviço ser feito e refeito tantas vezes que estou incrédulo.”


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