Policiais da Corregedoria-Geral da Polícia Civil cumpriram um mandado de busca e apreensão na casa do delegado Geraldo do Amaral Toledo Neto, de 40 anos, e conseguiram encontrar o Peugeot preto em que ele estava com a adolescente A. L. S de 17 anos, antes da garota levar um tiro na cabeça. O veículo foi levado para o instituto de criminalística onde vai passar por perícia. O policial segue preso temporariamente por 30 dias.
Em nota, a corregedoria informou que está ouvido testemunhas do crime para cruzar informações e esclarecer o caso. O resultado oficial do exame residuográfico feito pela perícia na estudante ainda não foi divulgado. A perícia foi realizada depois que o delegado afirmou que a jovem teria tentado suicídio.
De acordo com o Hosptial João XXIII, a adolescente passou por cirurgia na noite de segunda-feira e segue internada em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da unidade de saúde.
O delegado Geraldo de Toledo da Divisão de Polícia Especializada da Mulher, Idoso e Deficiente Físico de Belo Horizonte, tinha um relacionamento de pelo menos dois anos com a adolescente. Segundo a Polícia Militar, no domingo o delegado foi buscar a jovem em Conselheiro Lafaiete, na Região Central de Minas. Por volta das 19h50, a PM recebeu a denúncia da briga de um casal na estrada entre Ouro Preto e o distrito de Lavras Novas. Vinte minutos depois, a corporação recebeu novo chamado, de que A. deu entrada numa unidade de pronto atendimento (UPA) com um tiro na cabeça.
Funcionários da unidade de saúde informaram a PM que um homem deixou a adolescente no hospital e informou que ela teria tentado suicídio. Porém, não quis se identificar e saiu sem deixar telefones de contato em um Peugeot preto. Imagens das câmeras de segurança de um posto de gasolina, conseguiram flagrar o delegado Geraldo Toledo na companhia da adolescente antes do crime.
Confusão antes de se entregar
O delegado Geraldo dToledo Neto se envolveu em uma briga com comerciantes do shopping popular Oiapoque na manhã dessa segunda-feira, poucas horas antes de se entregar à corregedoria da Polícia Civil em Belo Horizonte. A denúncia foi feita por uma vendedora que trabalha em uma loja de capacetes. Ela informou que o homem chegou a sacar uma arma para ameaçar seguranças do centro de compras. Câmeras de segurança mostram o momento que ele entra no local.
Antecedente criminal
Em 2011, o delegado Geraldo Toledo, ficou detido uma semana na Corregedoria de Polícia Civil, em Belo Horizonte. Toledo já foi delegado de trânsito em Betim e foi preso por suspeitas de envolvimento em uma quadrilha nacional de roubo de caminhões e falsificação de documentos. Ele foi libertado, mas continuou respondendo em liberdade pelo crime. A quadrilha teria movimentado cerca de R$ 2 bilhões no país em esquemas ilegais nos estados de Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro. Em relação a esse caso, a Corregedoria informou que ele poderá ser expulso da corporação, como prevê a lei.