Jornal Estado de Minas

Câmeras, projetos com a PM e parcerias são ações pela paz nas escolas

são algumas das medidas do estado contra violência. Secretária pede detalhamento de ocorrências por parte da polícia

Junia Oliveira
Oficina de esportes em escola de Conselheiro Lafaiete: iniciativa é parte do projeto Comunidade e Escola juntas pela Paz - Foto: SEE/Divulgação


Tolerância zero contra a violência nas escolasPara ter a dimensão do problema, a Secretaria de Estado de Educação (SEE) pediu à de Defesa Social para segmentar os registros policiaisA ideia é detalhar os tipos de ocorrências, deixando claro quais são os casos de agressões e crimes dentro das instituições da rede estadual de ensinoEm paralelo, a secretaria aposta em parcerias com educadores e órgãos públicos para zerar registros policiais dessa naturezaInstalação de câmeras de vigilância, ações conjuntas com a Polícia Militar, capacitação de professores e apoio de autoridades judiciais para a mediação de conflitos são algumas das iniciativas em curso e que poderão ser ampliadas

Na segunda-feira, o Estado de Minas mostrou números relativos a 29 cidades com mais de 100 mil habitantes do estadoA reportagem cruzou os dados da PM registrados dentro e no entorno de instituições das redes particular, estadual, municipal e federal em 2011, com o número de estudantes de cada município, segundo os dados do Censo EscolarAs escolas de Patos de Minas (Alto Paranaíba) apresentaram a pior taxa, de 267,2 ocorrências para cada grupo de 100 mil estudantes“Hoje, tudo o que ocorre na escola, seja um ato de indisciplina ou uma palestra de policiais, é registrado no boletim de ocorrênciaÉ preciso separar caso a caso”, diz a secretária de Estado de Educação, Ana Lúcia Gazzola.

Uma das ações da secretaria no combate à violência é o Fórum de Promoção da Paz Escolar (Forpaz), uma rede em atuação no suporte a diretores e professores de escolas públicasPor meio de fóruns regionais, 2,5 mil educadores foram qualificados no ano passado

Este ano, os trabalhos começaram em quatro cidades do Norte de Minas (Janaúba, Januária, Montes Claros e Pirapora) e, este mês, terão sequência em Paracatu e Unaí (Noroeste)

A iniciativa aproxima as instituições de ensino do Ministério Público, Defensoria Pública, Tribunal de Justiça e Ordem dos Advogados do Brasil (OAB)Durante as capacitações, que duram uma semana, os representantes de cada órgão e das escolas discutem medidas de prevençãoA mediação de conflito também integra as tarefas do Forpaz, que dá cursos a distância e semipresenciais para ensinar os educadores a gerenciar problemas

No ano passado, o fórum indicou a compra de 93 viaturas que integram hoje a patrulha escolar, da PMA secretaria investiu R$ 3 milhões na aquisiçãoOutros R$ 7 milhões foram usados para a compra de sistemas de vigilância para 532 escolas que pediram o equipamentoDe acordo com a secretária de Educação, nos próximos dias cerca de 70 escolas devem receber as câmeras (R$ 1, 1 milhão de investimento)“Não impomos a ninguémEstamos avisando os diretores e quem quiser pode pedir
Instalaremos este ano tantas câmeras quantas forem pedidas”, diz Ana Lúcia Gazzola.
 
Parcerias

Dentro das escolas, as parcerias podem fazer a diferença, como as promovidas pelo programa Escola Viva, Comunidade AtivaPresente em 504 escolas em áreas de vulnerabilidade social, o projeto abre as portas das instituições aos fins de semana para atividades recreativas, culturais e sociais, destinadas a alunos e à comunidade em geralÉ o caso da Escola Estadual Professora Maria Augusta Noronha, em Conselheiro Lafaiete, Região Central do estadoOs professores de educação física e parceiros oferecem oficinas de esportes, capoeira, dança e outras atividades aos sábados pela manhãAs atividades são parte do projeto Comunidade e Escola juntas pela Paz, desenvolvido desde 2007 na instituição

O Programa Educacional de Resistência às Drogas (Proerd), promovido pela Polícia Militar nas escolas, é mais um exemplo de enfrentamento à violência“Somos educadores, a escola precisa ser a base de uma cultura social mais respeitosa, diversa e toleranteA escola não é um lugar violentoEla precisa ser lugar da cultura da paz e irradiar para a sociedade como um todo, por isso é preciso ter tolerância zero”, ressalta Ana Lúcia Gazzola