Por meio de nota, o advogado José Kalil, que defende os médicos, disse que o argumento usado é que “o referido magistrado perdeu a necessária isenção e imparcialidade para apreciar o chamado Caso Pavesi”E que houve manifestações “que indicaram a ausência de imparcialidade, notadamente contidas em sentença condenatória por ele proferida noutro processo a que respondem nossos clientes, versando sobre acusação semelhante”Procurado, o juiz Monteiro de Castro disse que não se manifestaria sobre a suspensão das audiências porque o argumento de suspeição ainda será julgado pelo TJ-MGEle afirmou, no entanto, que falará sobre o assunto assim que sair uma decisão definitiva, pois a suspensão é provisória.
No processo que envolve as audiências desta semana seriam julgados os médicos Scafi, Fernandes e também Sérgio Poli GasparA acusação é a mesma, ou seja, a retirada ilegal de órgãos humanos para transplantesO TJ-MG não informou quando será analisado o pedido para a troca do magistrado, definição que é necessária para dar continuidade ao julgamento.
Ameaça
“Temo que o juiz não fique muito tempo no cargo, já que está afrontando os poderes da cidade”, disse Paulo Pavesi, de 45 anos, em entrevista a uma emissora de TV de Minas GeraisEle é o pai do menino Paulo Veronesi Pavesi, o Paulinho, que morreu aos 10 anos na Santa Casa de Poços de Caldas depois que seus órgãos foram retirados ilegalmente para transplanteFoi esse caso - que ficou conhecido como Caso Zero - que deu origem às investigações da chamada máfia do tráfico de órgãos no EstadoA morte de Paulinho resultou na CPI do Tráfico de Órgãos na Câmara dos Deputados, em Brasília.
Ao saber da decisão da Justiça sobre o cancelamento das audiências, Pavesi se manifestou por meio do seu blog: “A única conclusão que chego é que ele (o juiz) é suspeito de ser honesto”.
Segurança
Desde que o juiz Castro condenou quatro médicos em Poços de Caldas por tráfico de órgãos, a segurança foi reforçada no Fórum