A licitação vem para resolver uma carência na corporação depois de longos atrasos na remoção de cadáveres este anoEm março, a família do engenheiro químico João Gabriel Camargos, de 25 anos, morto dentro de um ônibus na BR-381, sofreu com a demora na prestação do serviçoApesar de ele ter sido levado para um hospital no Barro Preto, na área central de BH, foram mais de quatro horas para que o corpo fosse recolhido ao Instituto Médico Legal (IML), desde a confirmação do óbito às 6h30A Polícia Civil negou a demora e informou que seus agentes foram acionados às 7hA equipe da perícia chegou ao hospital às 8h, apesar de o Instituto de Criminalística ficar a pouco quarteirões do localO rabecão chegou às 9h55, tendo saído com o corpo às 10h23
A dor dos parentes do engenheiro se repetiu pelo menos para mais duas famílias na mês épocaO resgate do corpo de Maria Isidoro da Silva Carvalho, de 73 anos, que sofria de problemas cardíacos, demorou cerca de 15 horas, segundo denunciaram familiaresO corpo ficou no apartamento da família das 3h às 18hJá os parentes de Jeferson Rodrigo Nascimento, de 29, encontrado morto no banheiro de sua casa às 7h, esperaram por quase 20 horas para que ele fosse retirado
No fim do carnaval, no dia 13 de fevereiro, um acidente às 7h15 na BR-040, em Itabirito, na Região Central, matou cinco pessoasA perícia chegou ao local depois de quatro horas e um rabecão de BH teve que ser enviado para o resgate dos corposO resultado foi o trânsito fechado até o começo da tarde.
Também em fevereiro, uma demora angustiante também marcou a família de uma menina de 9 anos em Caeté, na Grande BHO corpo da criança ficou na rua onde ocorreu o acidente por mais de seis horas aguardando o rabecãoJ.S.N estava brincando com o irmão D.D.N, de 10 anos, quando ocorreu a tragédiaOs dois estavam juntos na mesma bicicleta que, desgovernada, desceu uma ladeira e bateu contra um muro
Detalhes da licitação
Além da documentação regular e o cumprimento de todas as exigências necessárias para contratação com o estado, o edital estabelece que a empresa deve ser uma funerária e possuir pelo menos três veículos devidamente adaptados para a remoção de cadáveres e com o máximo de dez anos de fabricaçãoO serviço, que será monitorado permanentemente pelas unidades da Polícia Civil, deverá ser prestado por um motorista e um ajudante.
A Região Metropolitana de Belo Horizonte, para onde o serviço será contratado, foi dividida em quatro regiões classificadas pelo edital em lotes que englobam os municípios a serem atendidosA empresa só pode se credenciar para prestar o serviço se estiver localizada em uma das cidades do respectivo lote
“A terceirização é uma solução moderna em termos de gestão e vai servir para complementar e ampliar o serviço que já é feito, fazendo com que a Polícia possa atuar de forma mais ágil e eficaz”, afirma o chefe da Polícia Civil, Cylton Brandão da Matta.
Compra de 30 veículos
Além do credenciamento público de empresas para terceirização, a Polícia Civil concluiu a licitação para compra de 30 novos rabecões