Jornal Estado de Minas

Prefeitura rejeita a internação forçada de dependentes de crack

 

O prefeito Marcio Lacerda disse nesse sábado que o município não vai incentivar nem oferecer drogas lícitas na política de redução de danos adotada para o tratamento de usuários de crack

Ele, porém, deixou a cargo do secretário municipal de Saúde, Marcelo Teixeira, explicar como o plano funciona na práticaOs dois participaram da inauguração do segundo Centro de Referência em Saúde Mental – Álcool e Drogas (Cersam-AD) de Belo Horizonte, no Barreiro, que poderá fazer 100 atendimentos diáriosSegundo o secretário, a administração não é a favor de uma medida compulsória de caráter geral para internação de dependentes, e trabalha com uma política progressiva de convencimento.

Em BH, a internação depende de avaliação médica ou determinação judicial“Não podemos ter medidas de privação de liberdade de uma pessoa que é doente, que precisa de apoio e de reforçar os laços afetivosNossa rede é orientada para acolher e o dependente e cuidar dele de acordo com o casoA internação é um recurso que deve ser e é usado conforme cada situação.” Até junho, informou o secretário, serão três Cersams na capital.

Quanto à política de redução de danos, o secretário Marcelo Teixeira disse que não há promoção, apologia ou distribuição de drogas lícitas para substituição do crack“Nossa atuação é para promover autonomia e independência do cidadãoA prefeitura não faz distribuição de álcool, drogas ou tabaco”, explicou.

Apesar do posicionamento externado ontem, em entrevista publicada no Estado de Minas de quinta-feira o secretário classificou como “desejável” a política de substituição da pedra por drogas mais leves“Diante dessa situação (do consumo da droga, inclusive associada a outras), o ponto central será o crackSe o usuário conseguir largar primeiro o crack, ficando com o álcool e com o tabaco, e em seguida só com o tabaco, seria desejável dentro de uma estratégia de intervenção”, afirmou Teixeira.

Dengue

O secretário avaliou ainda os últimos números do balanço da dengue na capital
São 13.334 casos confirmados na cidade e três óbitosA confirmação da morte de uma mulher de 47 anos, no Hospital Risoleta Neves, como tendo sido causada pelo vírus, segundo ele, foi um equívocoA causa do óbito foi um acidente vascular cerebral com parada cardíaca, sem relação com a dengueTeixeira lembrou que o número de notificações diminuiu em uma semana, de 10 mil para 8 mil casos(PS)