A família de A.L.S. – adolescente de 17 anos baleada na cabeça enquanto estava acompanhada pelo delegado Geraldo Toledo Neto em uma estrada de Ouro Preto, na Região Central de Minas Gerais – afirma ter provas de que o delegado pediu à jovem que fizesse um aborto. Segundo o deputado estadual Durval Ângelo, presidente da Comissão dos Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, familiares disseram que possuem laudos médicos e mensagens trocadas por celular que comprovariam isso. O material ainda não foi entregue à polícia.
Ainda segundo o deputado, a mãe da jovem já entregou à Corregedoria da Polícia Civil dois chips de celular e uma lista com vários telefones que podem contribuir para solucionar o caso. Nessa quarta-feira, a mãe da jovem, Rubiany Linhares dos Santos, divulgou uma nota de esclarecimento, onde pede a mobilização da população para que o crime seja esclarecido rapidamente.
“Queremos que a verdade seja esclarecida, assim como toda a sociedade. Aguardamos a investigação e esperamos que a justiça prevaleça”, afirma Rubiany, na carta. No documento, ela reafirma que o estado de saúde da filha é grave, mas que a família não perdeu as esperanças e está ao lado dela o tempo todo. "Chance de vida? Há! E, enquanto houver esperança, estaremos ao lado dela." Ela também agradece à equipe médica que atendeu a filha e informa que confia na imparcialidade da Polícia Civil na investigação.
O crime aconteceu no dia 14 e o principal suspeito é Toledo, da Divisão de Polícia Especializada da Mulher, Idoso e Deficiente Físico de Belo Horizonte. Segundo funcionários da unidade de saúde para onde a jovem foi levada, um homem que não se identificou deixou a moça, dizendo que ela teria tentado suicídio. Entretanto, o exame residuográfico, que verifica a existência de vestígios de pólvora nas mãos, deu resultado negativo. O delegado está preso na Casa de Custódia da Polícia Civil.