A série de reportagens Morte S/A, do Estado de Minas, venceu a 14ª Edição do Prêmio Imprensa Embratel na categoria Regional Sudeste. A edição deste ano teve recorde de trabalhos inscritos e concorrentes, com 1.862 reportagens de 860 jornalistas. Publicadas entre 30 de outubro e 17 de novembro de 2011 e produzida pelos repórteres Mateus Parreiras, Valquiria Lopes e Luiz Ribeiro, as seis reportagens da série mostraram o submundo de quem lucrava com a dor de quem perdeu um parente em acidente ou homicídio.
A série mostrou que havia várias formas de atuação: nos hospitais públicos, por exemplo, empresas funerárias se passavam por agentes dos hospitais e assim abordavam quem tinha perdido um familiar e vendiam seus serviços a preços muito acima do mercado. Os esquemas contavam com médicos e enfermeiros, que em vez de passar os atestados de óbito para a família dos mortos, os encaminhavam para as funerárias.
Em um dos hospitais mostrados nas reportagens, uma empresa funerária descaracterizada recebia atestados de óbito antes das famílias. Os atendentes da funerária, que parentes de mortos achavam que eram funcionários do hospital, aproveitavam o momento em que a família buscaria o documento para vender caixões e serviços de preparação dos corpos. A série revelou também que os agentes funerários mantinham esquemas com policiais civis que conduziam rabecões para abordar potenciais clientes dentro dos veículos. As reportagens mostraram ainda casos em corpos de mortos por acidentes e homicídios eram levados diretamente para funerárias e não para o Instituto Médico Legal (IML).
Outra máfia que se aproveitava da dor agia na recepção dos pronto-socorros, abordando parentes de vítimas de acidentes que seriam beneficiários do seguro DPVAT para acidentes de trânsito. O esquema consistia em abordar parentes de vítimas logo depois da notícia da morte ou do acidente e oferecer facilidades na liberação do seguro em troca de uma comissão.
MORTE SA