Uma quadrilha suspeita de fazer o tráfico de drogas no Bairro Urca, em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, foi presa na manhã desta segunda-feira pela Polícia Civil. O grupo, dois homens, uma mulher e um adolescente, expulsava famílias das casas para poder usar o imóvel para guardar e produzir os entorpecentes. Pelo menos três moradores foram vítimas dos criminosos.
A quadrilha começou a ser investigada há uma semana, quando uma mulher procurou a delegacia da cidade para relatar que teria sido expulsa de casa. “A moradora contou que os suspeitos foram até o imóvel e mandaram ela sair. Caso não obedecesse à ordem, falaram que iriam matar toda a família dela”, explica o delegado Giovane Oliveira Silva. A proprietária apresentou documentos que provaram que ela era a dona do imóvel.
Diante das informações, os investigadores monitoraram a casa e notaram uma movimentação diferente. “Conseguimos identificar os suspeitos entrando e saindo”, explica o delegado. Uma operação foi montada na manhã desta segunda-feira para prender os criminosos. Logo no início do dia, os policiais foram até a residência, na Vila Braúnas, mas tiveram dificuldade para entrar no imóvel. “Quando chegamos, a porta estava bem trancada. Os homens estavam dormindo e, quando acordaram com o barulho, nos viram e tentaram se esconder. Porém, com a insistência, abriram o imóvel”, diz o delegado.
Na residência foram encontrados materiais para embalar drogas, R$ 900 em dinheiro e uma motocicleta que a polícia desconfia ter sido usada em crimes, já que estava com o lacre da placa rompido. Foram presos Felipe Augusto Vasconcelos de Souza, o “Novato”, de 22 anos, apontado como o líder do tráfico na região, o irmão dele, Marcos Antônio Vasconcelos de Souza, de 26, e Santuza Pacífica Ferreira, de 18. O adolescente, S.G.F, de 17 anos, também foi apreendido.
Quando o grupo já estava na delegacia, outras vítimas procuraram a polícia para delatar outros crimes cometidos pelos criminosos. “Outras três famílias foram até a delegacia e afirmaram que também foram expulsas de casa. Pedimos que outras pessoas, que por acaso tenham sido vítimas, procurem a delegacia”, afirma Oliveira.
Em depoimento, os suspeitos negaram todos os crimes e disseram que tudo era mentira. Os dois homens serão levados para o Centro de Remanejamento Prisional (Ceresp) São Cristóvão, a mulher para o Ceresp Centro-Sul, e o adolescente será encaminhado para o Ministério Público.