Jornal Estado de Minas

Ibama desvenda mistério de ataque a animais e flagra onça parda rondando terreno

O felino, de hábitos noturnos, mata e desaparece com gatos, cachorros, cabritos, veados e carneiros. Os casos, cercados de folclore, deixaram moradores de Nova Lima, Betim, Contagem, Belo Vale Brumadinho, Esmeraldas, Ribeirão das Neves e Ouro Preto intrigados

Luana Cruz, Paulo Filgueiras, Cristiane Silva, Daniel Camargos, Mateus Parreiras, Pedro Rocha Franco, Luciane Evans, Leandro Couri
Um mistério que estava incomodando moradores das regiões Metropolitana de Belo Horizonte e Central de Minas pode ter chegado ao fim
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) recebeu 15 denúncias a morte e o desaparecimento de animais de pequeno porte em apenas cinco mesesAmedrontados, fazendeiros e donos de propriedades rurais mandavam cartas e protocolavam denúncias no órgão informando sobre ataque a esses bichosOs casos, cercados de folclore, marcaram a vida pacata desses moradores de áreas rurais, mas o Ibama descobriu que onças pardas eram responsáveis pela morte de gatos, cachorros, cabritos, veados e carneiros.

De acordo com o analista ambiental do setor de fauna do Ibama, Júnio Silva, as denúncias partiram das cidades de Nova Lima, Betim, Contagem, Belo Vale Brumadinho, Esmeraldas, Ribeirão das Neves e Ouro PretoNesse último município, dentro do distrito de Glaura, o Ibama marcou presença com uma investigação minuciosaUm fazendeiro local mostrou para os especialistas a carcaça de um pequeno veado atacado pelo algoz misteriosoAnalisando as característica da mordida e as pegadas deixadas no terreno, os analistas ambientais desconfiaram de ferimentos causados por uma onça parda

A partir da suspeita, instalaram câmeras em uma árvore da fazenda e, enfim, conseguiram flagrar o felinoOs passos sorrateiros do bicho foram gravados durante a madrugadaDe acordo com Ibama, as onças pardas têm hábitos noturnos e podem chegar ainda jovens ao peso médio de 35 quilos, alcançando, quando adultos, até 60 quilosOs felinos atacam por reação natural de sobrevivência na natureza “Às vezes a fazenda está no território dela
É aquela situação: havia uma fazenda no meio do caminho”, relata Silva

Alívio ou não para os moradores, o fato é que os ataques saíram do mundo do folcloreMoradores se lembraram da história do chupa-cabra, que, em meados da década de 1990, mexeu com o imaginário popular devido aos supostos ataques a animais em zonas rurais de Porto Rico, Nicarágua, Chile, México e BrasilEmbarcaram também na crença do monstro chamado de caboclo-d’água que se tornou, ao longo do tempo, o principal suspeito de matar bezerros, dizimar criações e atacar pessoas que se banhavam em Minas