O delegado Geraldo Toledo, suspeito de atirar na cabeça da namorada de 17 anos vai continuar mais tempo atrás das grades. A Juíza Lúcia de Fátima Magalhães, da Vara Criminal de Ouro Preto, na Região Central de Minas Gerais, decidiu, nesta segunda-feira, prorrogar por mais 30 dias a prisão temporária do policial, que segue preso na Casa de Custódia do Policial Civil, no Bairro Horto, Região Leste de Belo Horizonte. A magistrada atendeu o pedido da Corregedoria Geral da Polícia Civil e também deu mais tempo para a conclusão das investigações.
O policial está preso desde 14 de abril, dia do disparo, em uma estrada em Ouro Preto, na Região Central de Minas. Em carta enviada a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) na última semana, Toledo manteve a versão de que A.L tentou suicídio e disse ser alvo de perseguições de desafetos na polícia.
Em entrevista ao Estado de Minas, a mãe da jovem criticou a carta divulgada pelo delegado e disse que ele tinha um relacionamento conturbado com a filha dela. Ela acusou o policial de “ter manipulado e iludido” a jovem e diz que vai processá-lo por ter mentido em vários trechos do documento.
A adolescente segue internada no Hospital João XXIII. O estado de saúde dela não foi informado à pedido da família.
O crime
Segundo a Polícia Militar, no dia em que a adolescente foi baleada, o delegado foi buscar a jovem em Conselheiro Lafaiete, na Região Central de Minas. Por volta das 19h50, a PM recebeu a denúncia da briga de um casal na estrada entre Ouro Preto e o distrito de Lavras Novas. Vinte minutos depois, a corporação recebeu novo chamado, de que A. deu entrada numa unidade de pronto atendimento (UPA) com um tiro na cabeça.
Funcionários da unidade de saúde informaram a PM que um homem deixou a adolescente no hospital e informou que ela teria tentado suicídio. Porém, não quis se identificar e saiu sem deixar telefones de contato em um Peugeot preto. O veículo foi apreendido e passou por perícia.
Toledo afirma que a garota tentou suicidar, porém, exames residuográficos feitos nas mãos da adolescente não encontraram nenhum vestígio de pólvora.
Passado o incrimina
A Polícia Civil informou que Toledo pode ser expulso da corporação. Ele responde a nove sindicâncias, 10 inquéritos e dois processos administrativos. Em um deles, é acusado de tortura contra um homem em Igarapé, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.