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Estado de Minas

Estudante acusada de arquitetar morte do pai vai mesmo a júri popular

Recurso foi negado e Érika Passarelli será julgada pelo homicídio duplamente qualificado do pai


postado em 14/05/2013 19:18 / atualizado em 14/05/2013 19:36

Érika Passarelli foi denunciada por arquitetar a execução do pai e, assim, receber mais de um milhão de reais em apólices de seguro(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press/Reproducao)
Érika Passarelli foi denunciada por arquitetar a execução do pai e, assim, receber mais de um milhão de reais em apólices de seguro (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press/Reproducao)

 

A ex-estudante de direito Érika Passarelli Vicentini Teixeira irá mesmo a júri popular. Ela é acusada de tramar a morte do pai, Mário José Teixeira Filho, 50 anos, para receber um valor milionário de apólices de seguro. Ela recorreu da decisão, tomada em primeira instância em dezembro passado, mas os desembargadores da 6ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Minas Gerais negaram o pedido nesta quinta-feira. A Corte entendeu que há diversas evidências da participação da ré no crime. A data do julgamento ainda não foi definida.

Érika foi capturada no Rio de Janeiro em março do ano passado, quase dois anos depois do assassinato do pai(foto: Renato Weil/EM/D.A Press)
Érika foi capturada no Rio de Janeiro em março do ano passado, quase dois anos depois do assassinato do pai (foto: Renato Weil/EM/D.A Press)
Érika foi denunciada pelo Ministério Público por homicídio duplamente qualificado (por motivo torpe e mediante dissumulação). Conforme a denúncia, a jovem contou com o apoio do então namorado Paulo Ricardo de Oliveira Ferraz, 19, e do sogro, o cabo da Polícia Militar, Santos das Graças Alves Ferraz, de 47, para matar o pai. Mário José foi executado a tiros em agosto de 2010. O corpo foi achado com três tiros às margens da BR-356, em Nova Lima, na Grande BH.

A defesa de Érika apresentou recurso pedindo sua impronúncia, para que não fosse levada a júri popular, alegando ausência de provas. Requereu ainda que, caso os desembargadores considerassem que havia indícios de crimes, as qualificadoras fossem desconsideradas. Os advogados da jovem afirmaram que não há indícios seguros de que ela tramou a execução do pai e sustentou que não há testemunhas do crime. Sugeriu ainda que Mário poderia ter vários desafetos, já que esteve envolvido em crimes diversos.

Para o relator do recurso, desembargador Jaubert Carneiro Jaques, há grande evidência do envolvimento de Érika no crime. “Os indícios de autoria são muitos, são vários”, disse. O magistrado considerou ainda que há justificativa para a manutenção das qualificadoras do crime. Ele afirmou que, embora a ré negue qualquer participação na execução do pai, ela não apresentou qualquer prova capaz de contrapor os indícios. O voto do relator foi acompanhado pelos desembargadores Márcia Milanez e Rubens Gabriel Soares.

Crime em família

Érika mudou o visual várias vezes para tentar despistar a polícia(foto: Renato Weil/EM/D.A Press)
Érika mudou o visual várias vezes para tentar despistar a polícia (foto: Renato Weil/EM/D.A Press)
Conforme a denúncia do Ministério Público, Érika e o pai tramavam juntos um golpe com seguros de vida. Mário contratou três apólices que somavam R$ 1,2 milhão. Érika era a única beneficiária. O plano de pai e filha era encontrar um corpo para forjar a morte dele. O valor seria dividido entre eles. No entanto, um desentendimento entre os dois levou a jovem a arquitetar a morte do pai, recorrendo ao namorado e ao sogro para isso.

Depois do crime, a polícia seguius os passos da jovem, que ficou foragida, por quase dois anos. Ela foi capturada em uma casa de prostituição no Rio de Janeiro. Além do crime contra o pai, Érika responde a vários processos de estelionato por golpes aplicados em lojas de BH. A mulher, que morava no Bairro Belvedere, região centro-sul, fazia fotocópias de cheques e fazia compras com eles no comércio da capital.


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