Enquanto assistem à substituição do asfalto em vários pontos da cidade, os moradores de bairros das regionais Centro-Sul e Oeste de Belo Horizonte reclamam da falta de resposta a demandas antigas feitas à administração municipal. Os trechos em situação precária são muitos, como aponta o presidente da Associação dos Moradores da Savassi, Alessandro Runcini. “É só passear um pouco que você encontra ruas em péssimas condições”, afirma.
O trânsito intenso e falta de manutenção contribuem para a degradação do piso da Mário Werneck. Em abril, a Associação de Moradores do Buritis enviou pedido de recuperação do trecho à regional da prefeitura. O pedido foi encaminhado à Sudecap na semana passada. Mas o diretor de Comunicação da associação, Paulo Gomide, diz que o problema no bairro é muito mais amplo. “Temos ruas muito antigas e em situação bastante precária, como a José Hemetério Andrade e a José Rodrigues Pereira”, explica.
Ele reclama da falta de atenção às demandas que não estejam concentradas na Região Central de BH e acusa a prefeitura de tentar maquiar a cidade para os grandes eventos que serão sediados na capital. “As áreas com maior possibilidade de atrair turistas estão sendo recapeadas. Não estão pensando na cidade como um todo”, critica Gomide.
Morador do Bairro Buritis, João Eduardo Góes também reclama: “Recentemente, várias avenidas do Bairro Belvedere foram recapeadas, onde o asfalto estava excelente. Entretanto, a Avenida Mário Werneck, única via de acesso ao Bairro Buritis, apresenta piso totalmente irregular, prejudicando ainda mais o caótico transito da região”, afirma.
O taxista Ricardo Martins, de 33, reclama que a prefeitura deveria olhar mais para os bairros em vez de privilegiar ruas e avenidas da Região Centro-Sul. “O asfalto da Avenida Olegário Maciel estava ótimo e eles quebraram tudo. Agora, você vai para outros bairros e as ruas estão em péssimas condições”, disse o taxista.
Savassi
Mas em regiões nobres da Centro-Sul também sobram reclamações. Entre as vias da Savassi, a Rua Fernandes Tourinho é a que mais gera transtornos a motoristas e pedestres. A série de buracos que se abriu no trecho entre as avenidas Getúlio Vargas e do Contorno fez com que a associação protocolasse um pedido de recapeamento em 2012.
No mesmo documento, foram solicitados ainda reparos na Rua dos Inconfidentes e no cruzamento das ruas Sergipe e Tomé de Souza, mas os pedidos ainda não foram atendidos. “O asfalto na Fernandes Tourinho é o pior, está uma lástima. Depois de muito insistir, algumas de nossas reivindicações foram atendidas, mas as obras de que mais precisávamos não foram feitas”, reclama Runcini.
A Sudecap reitera que a definição das áreas é feita com base em laudos, das regionais e da BHTrans, e vistoria. Ainda segundo o órgão, a maioria das reclamações da população pode ser resolvida com intervenções pontuais, na chamada Operação Tapa Buraco.
Disparidade observada por quem anda pela cidade
Estudante de direito, Rafael Vasconcelos de Souza Barros, de 24 anos, segue um roteiro diário que parte do Bairro Cidade Nova, na Região Nordeste, até o estágio no Funcionários, na Centro-Sul, seguindo depois para a faculdade no Bairro Coração Eucarístico, na Região Noroeste. Ele já sabe onde está pior trecho da Avenida Cristiano Machado, logo depois do Viaduto da Lagoinha, e estaciona o carro na Rua Pouso Alto, no Bairro Serra. “Na semana passada estourei o pneu do carro em um buraco profundo na Cristiano Machado, mas, aqui na Pouso Alto, basta olhar para o chão: o asfalto é de muito tempo e não está mais fixado nos paralelepípedos. A prefeitura acabou o recapeamento na Rua Alberto Cintra, perto do meu bairro, e não acho que ela precisava desse tratamento. A Pouso Alto está muito pior”, compara o estudante.
Estudante de direito, Rafael Vasconcelos de Souza Barros, de 24 anos, segue um roteiro diário que parte do Bairro Cidade Nova, na Região Nordeste, até o estágio no Funcionários, na Centro-Sul, seguindo depois para a faculdade no Bairro Coração Eucarístico, na Região Noroeste. Ele já sabe onde está pior trecho da Avenida Cristiano Machado, logo depois do Viaduto da Lagoinha, e estaciona o carro na Rua Pouso Alto, no Bairro Serra. “Na semana passada estourei o pneu do carro em um buraco profundo na Cristiano Machado, mas, aqui na Pouso Alto, basta olhar para o chão: o asfalto é de muito tempo e não está mais fixado nos paralelepípedos. A prefeitura acabou o recapeamento na Rua Alberto Cintra, perto do meu bairro, e não acho que ela precisava desse tratamento. A Pouso Alto está muito pior”, compara o estudante.