Jornal Estado de Minas

Macaco esperto e fujão mobiliza Corpo de Bombeiros em Montes Claros

Luiz Ribeiro
- Foto: Corpo de Bombeiros/Divulgação
Dezenas de pessoas se concentraram numa rua do bairro Edgar Pereira, de Montes Claros (Norte de Minas) para acompanhar uma cena incomum na área urbana: a captura de um macaco com o tamanho de um metro de altura pelo Corpo de BombeirosUm macaco guariba (cujo nome científico é Alouatta caraia) fugiu logo depois de chegar à unidade do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama)O bicho (um macho jovem) tinha sido resgatado pela Polícia Militar de Meio Ambiente em Mato Verde (na mesma região), onde apareceu em um bairro, quinta-feira à tarde.

O primata chegou à unidade do Ibama no bairro Edgar Pereira por volta das 21 horas de anteontem, recebendo o tratamento adequadoMas, ontem de manhã, conseguiu abrir a porta da jaula e ganhou a rua, indo parar em cima de um muro de uma casa nas proximidades, onde foi resgatado pelos bombeiros“Trata-se do tipo de animal que tem muita habilidade para abrir porta e fugir”,disse o chefe do Ibama em Montes Claros, Rafael Macedo Chaves

De acordo com o comando do Batalhão do Corpo de Bombeiros em Montes Claros, a equipe da corporação “teve que agir com bastante perícia e agilidade para não permitir uma nova fuga” e, “com a utilização de técnicas e equipamentos específicos, o animal foi resgatado com vida e sem ferimentos” e levado de volta para o Ibama, que, agora, vai promover sua reintrodução na natureza

No boletim de ocorrência registrado pela Polícia Militar de Meio Ambiente, consta que moradores de Mato Verde solicitaram o resgate do macaco, alegando que ele “estava causando medo à população”Porém, o professor Santos D Ângelo, do departamento de Biologia Geral da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), explica que o guariba não ataca ninguém“É um animal vegetariano, que se alimenta exclusivamente de folhas e frutosEle vive em matas ciliares, dando preferência para as matas mais altas”, explicaAinda segundo o biólogo
A espécie vive no cerrado e regiões de caatinga e, além do Brasil, ocorre em outros países da América Latina como Argentina, Paraguai e BolíviaO guariba tem um período de 20 anos, em média