Garotas de programa de cidades do interior de Minas e de outros estados pretendem trabalhar nas ruas de Belo Horizonte durante a Copa do Mundo. A presidente da Associação das Prostitutas de Minas Gerais (Aprosmig), Cida Vieira, revelou que, desde fevereiro, recebeu mais de 300 e-mails de mulheres de outras capitais e municípios mineiros que planejam se hospedar em BH no próximo ano.
A Aprosmig estima que haja cerca de 80 mil prostitutas em BH, incluindo as 30 mil que trabalham nas ruas. “Os pontos estão cheios, a tendência é ocupar novas ruas. Elas buscam locais onde historicamente já há esse tipo de serviço, como o entorno da lagoa”, informou.
Ela acredita que a presença das prostitutas inibe crimes. “Se tem garota ali, não vai ter marginalidade para roubar ninguém. Ela serve de vigia. Se perceber alguém fazendo algo errado, vai chamar a polícia”, disse. Cida alega que as profissionais sofrem preconceito. “Elas não perturbam ninguém, são cidadãs, trabalhadoras, mães de família, mas muita gente acha que é imoral”, constata.
Já vi briga de cliente com prostituta e até gente fazendo sexo fora do carro. Eles não têm o menor respeito - Moradora do Mangabeiras
Se tem garota ali, não vai ter marginalidade para roubar ninguém. Ela serve de vigia. Se perceber alguém fazendo algo errado, chama a polícia - Cida Vieira, presidente da Associação de Prostitutas de Minas Gerais
Se tem garota ali, não vai ter marginalidade para roubar ninguém. Ela serve de vigia. Se perceber alguém fazendo algo errado, chama a polícia - Cida Vieira, presidente da Associação de Prostitutas de Minas Gerais
Novatas pagam diária
Carla Cristiane, de 28 anos, estava de pé em uma calçada da Rua dos Estados, no Jardim Atlântico, na Região da Pampulha. Usava short curto e apertado, e a blusa deixava parte da barriga à mostra. A moça, que evitou revelar o nome inteiro, disse que trabalha no local há cinco anos e negou que o número de prostitutas na região tenha aumentado nos últimos meses. “Sou uma das mais novas. Tem gente que está aqui há 20 anos. Os pontos estão cheios demais”, reclamou.
As novatas que tentam um espaço são expulsas ou acabam pagando uma espécie de diária, que pode chegar a R$ 50, para as veteranas. “Tem gente que cobra pela rua. Na minha rua, não cobro de ninguém, mas também ninguém fica”, disse.
Carla contestou a denúncia de que a prostituição favorece o uso de drogas. “É comum moradores chamarem a polícia, falando que a gente está com droga. A polícia vem e não acha nada. Aqui, a gente não deixa ficar garota que usa ou vende droga”, garantiu.
PBH promove cadastramento
A prefeitura informou que vai abordar as prostitutas na região. “Estamos fazendo um mapeamento para saber em que locais elas trabalham”, afirmou o secretário da Regional Pampulha, Humberto Pereira de Abreu. Depois, assistentes sociais conversarão com elas, para saber a história de cada uma. Feita em parceria com igrejas e organizações não governamentais, a iniciativa não pretende reprimir ou constranger ninguém. “Queremos saber por que estão lá. O objetivo também é identificar usuários de drogas e oferecer um caminho para que saiam dessa situação”, explica.
Segundo Abreu, o projeto é desenvolvido há quase 10 anos no Bairro Santa Branca, na mesma região, onde três mulheres deixaram a prostituição. Ele disse ainda que não há estimativa de quantas pessoas trabalham na orla. “O trabalho é feito por causa das drogas, não tem relação com sexo. A pessoa pode ficar lá, tranquila, tem o direito de ir e vir, de trabalhar livremente”, ressalta.
O presidente da Associação dos Amigos da Pampulha (Apam), Flávio Marcus Ribeiro de Campos, afirmou que o cadastramento já é uma forma de coibir a prostituição na região. O ideal, segundo ele, é que as mulheres sejam direcionadas para locais mais apropriados que não sejam perto das casas.
Carla Cristiane, de 28 anos, estava de pé em uma calçada da Rua dos Estados, no Jardim Atlântico, na Região da Pampulha. Usava short curto e apertado, e a blusa deixava parte da barriga à mostra. A moça, que evitou revelar o nome inteiro, disse que trabalha no local há cinco anos e negou que o número de prostitutas na região tenha aumentado nos últimos meses. “Sou uma das mais novas. Tem gente que está aqui há 20 anos. Os pontos estão cheios demais”, reclamou.
As novatas que tentam um espaço são expulsas ou acabam pagando uma espécie de diária, que pode chegar a R$ 50, para as veteranas. “Tem gente que cobra pela rua. Na minha rua, não cobro de ninguém, mas também ninguém fica”, disse.
Carla contestou a denúncia de que a prostituição favorece o uso de drogas. “É comum moradores chamarem a polícia, falando que a gente está com droga. A polícia vem e não acha nada. Aqui, a gente não deixa ficar garota que usa ou vende droga”, garantiu.
PBH promove cadastramento
A prefeitura informou que vai abordar as prostitutas na região. “Estamos fazendo um mapeamento para saber em que locais elas trabalham”, afirmou o secretário da Regional Pampulha, Humberto Pereira de Abreu. Depois, assistentes sociais conversarão com elas, para saber a história de cada uma. Feita em parceria com igrejas e organizações não governamentais, a iniciativa não pretende reprimir ou constranger ninguém. “Queremos saber por que estão lá. O objetivo também é identificar usuários de drogas e oferecer um caminho para que saiam dessa situação”, explica.
Segundo Abreu, o projeto é desenvolvido há quase 10 anos no Bairro Santa Branca, na mesma região, onde três mulheres deixaram a prostituição. Ele disse ainda que não há estimativa de quantas pessoas trabalham na orla. “O trabalho é feito por causa das drogas, não tem relação com sexo. A pessoa pode ficar lá, tranquila, tem o direito de ir e vir, de trabalhar livremente”, ressalta.
O presidente da Associação dos Amigos da Pampulha (Apam), Flávio Marcus Ribeiro de Campos, afirmou que o cadastramento já é uma forma de coibir a prostituição na região. O ideal, segundo ele, é que as mulheres sejam direcionadas para locais mais apropriados que não sejam perto das casas.