A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) já finalizou o documento que contém os relatórios sobre o trote racista que envolveu estudantes da Faculdade de Direito, durante a recepção aos calouros do curso no começo de março. A Comissão de Sindicância que analisa o caso concluiu os levantamentos nesta segunda-feira e encaminhou a apuração à Procuradoria Jurídica (PJ) da Advocacia Geral da União (AGU), que fará nova análise para verificar se todos trâmites legais foram cumpridos.
A PJ deve começar a analisar o material ainda nessa terça-feira e o prazo para a resposta é de 15 a 30 dias. Até lá, o conteúdo dos documentos será mantido em sigilo pela UFMG. Caso seja confirmado que houve racismo nos trotes, os alunos envolvidos podem ser advertidos, suspensos ou até expulsos do curso.
Trote e as fotos na web
O caso ganhou repercussão depois das fotos do trote serem divulgadas pelos próprios estudantes na web. Em uma delas, uma jovem aparece acorrentada e pintada com tinta preta. Em seu pescoço foi colocada uma placa com o nome de "Chica da Silva", fazendo alusão a escrava que viveu em Diamantina, na Região Central de Minas Gerais, e que ganhou a alforria depois de se envolver amorosamente com um contador famoso no século 18. Uma segunda fotografia mostra um calouro amarrado a uma pilastra e outros estudantes fazendo saudações nazistas. Entre os veteranos, um jovem ainda utiliza bigode semelhante ao do ditador Adolf Hitler (1889 -1945).