As ameaças sofridas pela família da adolescente A.L, que está internada no Hospital João XXIII depois de levar um tiro na cabeça, motivou o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) a pedir uma escolta policial para a vítimaNesta quarta-feira, a Justiça acatou a solicitaçãoe determinou a proteçãoO principal suspeito do crime é o ex-namorado da jovem, o delegado Geraldo Toledo, que segue preso na Casa de Custódia da Polícia Civil
A família da adolescente procurou o MP depois de receber uma série de ameaçasO órgão fez o pedido para garantir proteção à jovemUm ofício será encaminhado para a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) que vai providenciar a escoltaO órgão informou que ainda não foi notificado judicialmente
A adolescente foi baleada em 14 de abrilO delegado foi buscar a jovem em Conselheiro Lafaiete, na Região Central de Minas e depois seguiram juntos para Ouro Preto Por volta das 19h50, a PM recebeu a denúncia da briga de um casal na estrada entre o município e o distrito de Lavras NovasVinte minutos depois, a corporação recebeu novo chamado, de que A
Funcionários da unidade de saúde informaram a PM que um homem deixou a adolescente no hospital e informou que ela teria tentado suicídioPorém, não quis se identificar e saiu sem deixar telefones de contato em um Peugeot pretoO veículo foi apreendido e passou por perícia
Toledo afirma que a garota tentou suicidar, porém, exames residuográficos feitos nas mãos da adolescente não encontraram nenhum vestígio de pólvora
Carta do suspeito
Em carta enviada a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) , Toledo manteve a versão de que A.L tentou suicídio e disse ser alvo de perseguições de desafetos na políciaNo documento ele conta como conheceu a garota
Em entrevista ao Estado de Minas, a mãe da jovem criticou a carta divulgada pelo delegado e disse que ele tinha um relacionamento conturbado com a filha delaEla acusou o policial de “ter manipulado e iludido” a adolescente e diz que vai processá-lo por ter mentido em vários trechos do documento
Em 13 de maio, a Justiça prorrogou por mais 30 dias a prisão temporária do policial
Passado o incrimina
A Polícia Civil informou que Toledo pode ser expulso da corporaçãoEle responde a nove sindicâncias, 10 inquéritos e dois processos administrativosEm um deles, é acusado de tortura contra um homem em Igarapé, na Região Metropolitana de Belo Horizonte