Equipes da Corregedoria da Polícia Civil de Minas Gerais encontraram a bolsa, uma esponja de maquiagem e um sapato da adolescente A.L.S., de 17 anos, internada no Hospital João XXIII após levar um tiro na cabeça. O principal suspeito do crime é o ex-namorado dela, o delegado Geraldo do Amaral Toledo Neto, que está preso.
Segundo a assessoria de imprensa da Policia Civil, os objetos foram encontrados na semana passada sob o Viaduto da Mutuca, na BR-040. As buscas começaram depois que Gabriel Gomide, amigo do delegado, disse que ouviu Toledo falar que jogou os objetos da adolescente em vários locais da estrada quando voltava do hospital em Ouro Preto. Gomide é dono da casa onde o delegado deixou o veículos após a vítima ser ferida. No início deste mês, a polícia encontrou cápsulas de uso restrito das forças armadas e quatro buchas de maconha no imóvel.
Na quinta-feira, a Corregedoria voltou ao apartamento de Toledo, no Bairro Buritis, Região Oeste de BH, para cumprir um mandado de busca e apreensão, mas não foi divulgado se algum material foi encontrado no endereço.
ALMG convoca nova audiência A Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) convocou, mais uma vez, o delegado Geraldo Toledo para uma audiência pública afim de prestar esclarecimentos sobre o caso. É a segunda vez que a convocação é realizada. Em 9 de maio, a juíza da Comarca de Ouro Preto, Lúcia de Fátima Magalhães não autorizou a saída do policial da Casa de Custódia da Polícia Civil. Na ocasião, em carta enviada ao presidente da Comissão de Direitos Humanos, deputado Durval Ângelo (PT), o policial se disse inocente e alvo de uma perseguição de desafetos dentro da Polícia Civil.
A nova audiência está marcada para a próxima segunda-feira, dia 27, às 14h, no auditório da ALMG. Foram convidados o procurador-geral de Justiça, Carlos Andre Mariani Bittencourt, o chefe da Polícia Civil, Cylton Brandão da Matta, e o corregedor-Geral da Polícia Civil, Renato Patrício Teixeira.
Entenda o caso
A adolescente segue internada no Hospital João XXIII após ser atingida por um disparo na cabeça. O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) pediu escolta policial para a vítima após a família dela procurar o órgão informando ter recebido uma série de ameaças. O órgão fez o pedido para garantir proteção à jovem. Um ofício será encaminhado para a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) que vai providenciar a escolta.
A adolescente foi baleada em 14 de abril. O delegado foi buscar a jovem em Conselheiro Lafaiete, na Região Central de Minas e depois seguiram juntos para Ouro Preto. Por volta das 19h50, a PM recebeu a denúncia da briga de um casal na estrada entre o município e o distrito de Lavras Novas. Vinte minutos depois, a corporação recebeu novo chamado, de que A. deu entrada numa unidade de pronto atendimento (UPA) com um tiro na cabeça.
Funcionários da unidade de saúde informaram a PM que um homem deixou a adolescente no hospital e informou que ela teria tentado suicídio. Porém, não quis se identificar e saiu sem deixar telefones de contato em um Peugeot preto. O veículo foi apreendido e passou por perícia. Toledo afirma que a garota tentou se matar, porém, exames residuográficos feitos nas mãos da adolescente não encontraram nenhum vestígio de pólvora.