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Estado de Minas

Família reconhece bolsa e sandália de namorada de delegado baleada na cabeça

Objetos pessoais da jovem foram encontrados pela Polícia Civil perto do Viaduto da Mutuca, na BR-040


postado em 25/05/2013 06:00 / atualizado em 25/05/2013 07:09

A família da adolescente A. L., de 17 anos, baleada na cabeça depois de uma discussão com o delegado Geraldo do Amaral Toledo Neto, de 40 anos, reconheceu uma bolsa e um pé de sandália da jovem, recolhidos à beira da estrada, perto do Viaduto da Mutuca, na BR-040. O material foi localizado pela Corregedoria de Polícia na semana passada, depois que um amigo do delegado contou em depoimento que o ouviu dizer que se desfez dos pertences de A. quando voltava a Belo Horizonte. Além da bolsa, sem documentos, e do calçado, havia uma esponja de maquiagem.


A mãe de A., Rubiany Linhares dos Santos, usou uma foto no celular para confirmar que a bolsa e a sandália eram as mesmas que A. gostava de usar. Ela foi baleada em 14 de abril, quando passava com o delegado por uma estrada entre Ouro Preto e Lavras Novas. Toledo e A. mantinham relacionamento havia pelo dois anos, quando foram vizinhos em um prédio no Bairro Buritis.

A polícia fez novas buscas na casa dele, na quinta-feira, mas não informou o que foi apreendido. A advogada de Toledo, Maria Amélia Tupynambá, afirma que nada o compromete e questiona a nova prova. Segundo ela, o delegado nega ter jogado os pertences da jovem na estrada.

“Ele me disse que não o fez e não tenho convicção de que sejam objetos dela”, afirma a advogada. “Essa apreensão ocorreu em função de uma denúncia anônima que indicou locais diversos onde esses objetos foram encontrados. Não estavam todos num lugar só e isso me parece estranho.”

Na versão do delegado, A. tentou se suicidar com uma pequena arma que tirou da bolsa, e desesperado ele só se preocupou em socorrê-la. De acordo com o delegado, a arma e a bolsa da adolescente teriam ficado para trás.

Toledo continua preso, mas estará presente em nova audiência pública na Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa para falar sobre o caso. Na primeira reunião, a juíza da comarca de Ouro Preto, Lúcia de Fátima Magalhães Albuquerque Silva, não permitiu a presença dele, alegando que o caso não era de competência da comissão. Os deputados alegam, no entanto, que a Assembleia tem a prerrogativa de convocar qualquer servidor público para prestar esclarecimentos”. Ainda não há decisão sobre a ida de delegado

A menor continua internada no Hospital de Pronto- Socorro João XXIII com quadro estável, mas inconsciente. A corregedoria solicitou ao Ministério Público um serviço de escolta à jovem enquanto ela estiver internada, por precaução. A família, porém, nega que tenha recebido ameaças.


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