Jornal Estado de Minas

Caixinha facilita esquema de manobristas contra a Lei Seca

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A Associação de Bares e Restaurantes de Minas Gerais (Abrasel-MG) reconhece que existem manobristas burlando a Lei Seca, e por isso diz ter orientado os donos dos estabelecimentos para que deixem claro aos serviços terceirizados que ajudar motoristas embriagados a fugir das blitzes pode causar problemas


Segundo o presidente da Abrasel/MG, Fernando Júnior, é preciso estabelecer, no entanto, a responsabilidade de cada um“Eu já tinha ouvido falar que alguns manobristas atravessam a blitzAcho erradoNão tem contestaçãoEu mesmo já pedi ao serviço terceirizado que atua nos meus restaurantes que oriente os funcionáriosPor outro lado, é complicado controlar essa caixinha ou uma oferta de R$ 40, R$ 50 para deixar o carro mais à frenteTodo mundo sabe que a lei precisa ser cumprida”, diz.

Ele considera polêmica a possibilidade de aplicar o artigo 310 do Código de Trânsito aos casos de manobristas que apenas retiram o carro do estacionamento e devolvem as chaves a motoristas embriagados que contratam esse serviço

“Nesse caso, é fora de propósitoQual é a função de cada um? Isso precisa estar muito claroO manobrista não tem como saber se o cliente está embriagado, até porque tem gente que bebe vinho, uísque e nem parece que bebeu”, avalia
“É claro que há bom senso, mas imagine dizer para um motorista que passou dos limites que não vai devolver o carro dele? O motorista, esse sim, tem responsabilidade.”

Para o subsecretário de Integração do Sistema de Defesa Social, Daniel de Oliveira Marlad, é uma questão a ser discutida, inclusive na Justiça“Acho possível que esses casos sejam considerados crime, mas por enquanto só estamos monitorando e orientando os serviços terceirizados, porque trata-se de uma posse muito precária”, observa

Segundo ele, por outro lado, quem for flagrado agindo de má-fé pode ser submetido a um termo circunstanciado de ocorrência (TCO)Caso o manobrista se recuse a assinar, a situação pode ser levada ao Ministério Público, que avalia se vai denunciar.