Jornal Estado de Minas

Estudante acusada de arquitetar morte do pai terá julgamento em setembro por estelionato

A jovem é acusada de aplicar golpes em comércios de Belo Horizonte

João Henrique do Vale
Érika mudou o visual várias vezes para tentar despistar a polícia durante fuga - Foto: Renato Weil/EM/D.A.Press
A ex-estudante de direito Érika Passarelli Vicentini Teixeira, acusada de tramar a morte do pai, Mário José Teixeira Filho, de 50 anos, vai participar de uma audiência de instrução em setembro deste anoO julgamento será por golpes que a mulher teria aplicado em comércios de luxo de Belo HorizontePelo homicídio, a Justiça determinou que ela vai a júri popular, porém sem data definida

A jovem agia na capital mineira dando cheques sem fundo durante a compra de alguns objetos pessoais, na maioria roupasPara Zanone Emanuel de Oliveira, que defende a acusada, ela não tentou aplicar nenhum golpe“Ela pagou quase todo mundoPorém, quando saiu a prisão preventiva pela morte do pai dela, não teve a possibilidade de encontrar os credoresNeste caso, na minha opinião, não se trata de estelionatoFoi mais um desacordo comercial do que um golpeO primordial é tentar ressarcir os danos causados, e é o que queremos”, explica o defensor

Durante a audiência, o juiz vai ouvir testemunhas de defesa e acusação, além da ré
Em seguida, o magistrado vai abrir vistas do processo para as duas partes fazerem as alegações finaisDepois é dada a sentença

Morte do pai

A estudante ainda terá de enfrentar o banco dos réus sob a acusação de arquitetar a morte do próprio paiÉrika foi denunciada pelo Ministério Público por homicídio duplamente qualificado (por motivo torpe e mediante dissumulação)Conforme a denúncia, a jovem contou com o apoio do então namorado Paulo Ricardo de Oliveira Ferraz, 19, e do sogro, o cabo da Polícia Militar, Santos das Graças Alves Ferraz, de 47, para matar o paiMário José foi executado a tiros em agosto de 2010O corpo foi achado com três tiros às margens da BR-356, em Nova Lima, na Grande BH.

Conforme a denúncia do Ministério Público, Érika e o pai tramavam juntos um golpe com seguros de vidaMário contratou três apólices que somavam R$ 1,2 milhãoÉrika era a única beneficiáriaO plano de pai e filha era encontrar um corpo para forjar a morte dele
O valor seria dividido entre elesNo entanto, um desentendimento entre os dois levou a jovem a arquitetar a morte do pai, recorrendo ao namorado e ao sogro para isso.

Depois do crime, a polícia seguius os passos da jovem, que ficou foragida, por quase dois anosEla foi capturada em uma casa de prostituição no Rio de JaneiroAlém do crime contra o pai, Érika responde a vários processos de estelionato por golpes aplicados em lojas de BHA mulher, que morava no Bairro Belvedere, região centro-sul, fazia fotocópias de cheques e fazia compras com eles no comércio da capital