O segundo prédio inacabado do residencial Saint Martin, na Rua Clorita, Santa Tereza, Leste de Belo Horizonte, foi leiloado nesta terça-feira no Fórum LafayetteO valor do arremate foi de R$ 3.912 milhões e pagamento será parcelado em três mesesO condomínio de dois edifícios, apelidado de “torres gêmeas”, desde 1996 vem sendo alvo de disputadas judiciais, depois que mais de 170 famílias de sem-casa invadiram os apartamentos.
A síndica da massa falida, a advogada Cecília Porto Moreno, acredita que em seis meses o processo que se arrasta na 2ª Vara Empresarial de BH deve estar encerrado, com o pagamento das dívidas públicas, credores e o rateio do restante com o grupo de compradores do empreendimentoEm junho de 2011, o primeiro prédio, chamado de torre 100, foi leiloado por R$ 2,6 milhões, em duas parcelasO valor foi suficiente para pagar os encargos trabalhistasA sobra, não revelada pela administradora da massa falida, foi rateada entre os credores do edifício
A assessoria do Fórum Lafayette não soube informar o nome do arrematante do segundo prédioNão há informação sobre uma possível ligação com o comprador do outro edifício, que chegou a reivindicar a preferência para aquisição da segunda estrutura inacabadaSegundo a síndica, as duas torres estão interligadas, por um mesmo estacionamento, o que sugere que devem se tornar um único condomínio
No ano passado, o escritório mineiro de arquitetura FarKasVölGyi anunciou um projeto ambicioso para a área, chamado de Complexo Andradas, em que estão incluídas as duas torres, em que passa a ser prédio comercial e a outra um hotelVizinho aos dois imóveis, uma torre com 350 metros de altura e 85 andares, é o destaque do projeto, que prevê ainda a requalificação de toda área
Os dois prédios das Torres Gêmeas, com 17 andares cada um, começaram a ser construídos na década de 1970 pela ICC Incorporadora e pela Jet EngenhariaEm 1980, com muitos dos apartamentos já vendidos na planta, as duas empresas faliram e as obras foram interrompidasPor várias vezes, a Justiça determinou a desocupação dos imóveis, mas liminares e ações de defensores dos direitos humanos impediram o cumprimento da determinação judicialA solução só surgiu em 2010, depois que um incêndio na Torre 1 comprometeu a estrutura do prédio e as 68 famílias que ocupavam o imóvel foram removidas para sua segurançaEm junho do ano passado, a Torre 1 foi a leilão e vendida por R$ 2,6 milhões