Belas e imponentes, mas vulneráveis à ação humana, quatro áreas verdes, formadas por serras e morros em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, ganham hoje, Dia Internacional do Meio Ambiente, um presente em nome da preservação da natureza. Os morros do Elefante e do Pires e as serras da Calçada e do Souza, com um total de 357 hectares, passam a ser protegidas por decretos a serem assinados pelo prefeito Cássio Magnani Júnior, o Cassinho (PMDB). Com a criação das unidades de conservação ambiental, a expectativa é de que a cidade consiga inibir ações de mineradoras e de grandes empreendimentos imobiliários, que têm avançado sobre os terrenos e destruído a vegetação nativa.
A decisão de blindar o conjunto contra a degradação é resposta a demanda antiga de moradores e ambientalistas. Ricas em recursos naturais e donas de paisagens exuberantes, as áreas que recebem hoje a proteção da lei sofrem há anos com a especulação imobiliária. O relevo também é ameaçado pelo interesse de empresas mineradoras, que veem na região grande potencial para exploração, como aponta o prefeito de Nova Lima. “Entendemos a importância dessas atividades para o desenvolvimento. Mas essa área tem uma vegetação muito rica e estava ameaçada tanto pela indústria, quanto pela implantação de loteamentos e grandes condomínios”, afirma Cássio Magnani
VITÓRIA A coordenadora da Associação para a Recuperação e Conservação Ambiental em Defesa da Serra da Calçada (Arca Amaserra), Simone Bottrel, lembra que há seis anos são feitas reivindicações para a criação do Monumento Natural Serra da Calçada, parte integrante da Serra da Moeda. “Para nós é uma vitória, porque as quatro regiões são relevantes para a construção de corredores ecológicos, fundamentais para que os parques não morram”, diz.
Segundo Cassinho, com os decretos a prefeitura pretende impor limites a essas atividades dentro do município. A ideia é intensificar a fiscalização para que os morros e serras sejam ocupados apenas pelo turismo ecológico, por praticantes de esportes de aventura ou por quem queira simplesmente vislumbrar as belezas do santuário. “Também temos a intenção de fazer dessas regiões áreas de pesquisa que possam contribuir para o desenvolvimento da sustentabilidade. Com a criação destes quatro monumentos naturais, respeitamos não só a nossa cidade, mas toda a Região Metropolitana de Belo Horizonte”, afirma o prefeito.