O corpo da adolescente Amanda Linhares dos Santos, 17 anos, foi enterrado na manhã desta quarta-feira em Conselheiro Lafaiete, Região Central de Minas Gerais, cidade onde mora parte da família dela. A jovem morreu na noite de segunda-feira depois de 51 dias internada por casa de um tiro na cabeça. O suspeito do crime é o o ex-namorado, o delegado Geraldo Toledo, 40 anos, que está preso pela Corregedoria de Polícia Civil. Os familiares, muito emocionados, prometeram acompanhar o caso para que o policial não fique impune como ficou em outros processos que respondeu na Justiça.
O sepultamento ocorreu por volta de 9h no Cemitério Nossa Senhora da Conceição, depois de uma noite e madrugada de velório. A mãe da jovem, Rubiany Linhares dos Santos, de 32 anos,e a irma dela, Thaísa, de 13 anos, simbolizaram a comoção de toda a família. Sempre juntas, as duas choraram muito durante o cortejo, sendo amparadas pelo companheiro de Rubiany e padrasto das meninas. Thaísa chegou ontem de Goiás para acompanhar o enterro da irmã. Ela mora com o pai, primeiro marido de Rubiany.
O diácono João Bartolomeu, responsável pelas orações durante o velório, disse que numa morte trágica como essa a dor é maior. Segundo ele, os parentes sofrem muito com a perda de uma pessoa cheia de saúde e vida.
Tiro
Em 14 de abril, Amanda estava em companhia do delegado quando, depois de um atrito com ele, foi baleada. Testemunhas disseram que o casal estava no carro do policial, na estrada entre Ouro Preto e o distrito de Lavras Novas, na Região Central de Minas. O delegado nega que tenha atirado na adolescente, com quem mantinha um relacionamento marcado por desavenças, que geraram ocorrências policiais. A Justiça chegou a determinar que o policial não poderia se aproximar de Amanda. Porém, a advogada dele, Maria Amélia Tupynambá, informou que seu cliente não chegou a ser notificado da decisão.
Pela versão do suspeito, Amanda Linhares tentou se matar. O delegado buscou a jovem em Conselheiro Lafaiete e depois seguiram para Ouro Preto. Depois de uma ligação à Polícia Militar avisando que o casal foi visto brigando na estrada, veio a informação de que Amanda havia sido deixada em unidade de pronto atendimento (UPA) da cidade com um tiro na cabeça. Funcionários da unidade de saúde informaram aos militares que o homem que a deixou no local disse que ela tentou o suicídio. O carro do policial, um Peugeot preto, foi apreendido e periciado. Apesar da afirmação de que a adolescente tentou se matar, exames residuográficos nas mãos dela não acharam vestígios de pólvora.