O delegado Geraldo Toledo, suspeito de ter disparado o tiro que matou a adolescente Amanda Linhares dos Santos, de 17 anos, vai ter a oportunidade de se defender das acusações. O corregedor-geral da Justiça, o desembargador Luiz Audebert Delage Filho, autorizou a presença do policial em uma audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), que vai discutir o caso na próxima segunda-feira. A Justiça já havia negado por duas vezes o pedido da Comissão de Direitos Humanos. Nesta quarta-feira, a ex-namorada de Toledo foi enterrada no Cemitério Nossa Senhora da Conceição, em Conselheiro Lafaiete, Região Central de Minas Gerais.
Para o deputado Durval Ângelo (PT), a presença do delegado será importante para esclarecer o homicídio. “Acho que primeiro o Toledo vai poder dar a sua versão do crime. Ele não se diz inocente, então vai ser a hora de ele esclarecer os fatos e apresentar a sua defesa. Também poderemos questioná-lo sobre os outros processos administrativos aos quais responde”, afirma o deputado.
A presença do policial também foi confirmada pelo corregedor-geral da Polícia Civil, Renato Patrício Teixeira, que enviou ofício à Comissão de Direitos Humanos da Assembleia nessa terça-feira, autorizando Geraldo Toledo a comparecer à audiência. Nenhum advogado do delegado foi encontrado para comentar o assunto.
Em 9 de maio, a Comissão de Direitos Humanos realizou uma audiência em que o deputado Durval Ângelo leu uma carta de Geraldo Toledo. Nela, o policial afirma que era alvo de perseguição por desafetos na polícia. No documento, ele também contou como conheceu a adolescente, dizendo que ela seria uma pessoa problemática.
Família cobra punição
O corpo de Amanda foi enterrado na manhã desta quarta-feira em Conselheiro Lafaiete, Região Central de Minas Gerais, cidade onde mora parte da família dela. A jovem morreu na noite de segunda-feira, após 51 dias internada por causa de um tiro na cabeça. Os familiares, muito emocionados, prometeram acompanhar o caso para que o policial não fique impune como em outros processos que respondeu na Justiça.
Uma prima de Amanda disse que a família alimentava a esperança de que ela fosse se recuperar, mas a jovem teve febre e sofreu uma parada cardíaca. Segundo a prima, a morte pegou todo mundo de surpresa, pois estavam esperando a saída dela do Hospital João XXIII, em Belo Horizonte.