Foi prorrogada pela Justiça a prisão temporária de cinco policiais suspeitos de envolvimento na série de assassinatos em Ipatinga e outros municípios do Vale do AçoEntre os crimes está a morte do jornalista Rodrigo Neto, de 38 anos, executado há 100 dias por denunciar a atuação de um grupo de extermínio na regiãoManifestantes prometem um protesto na noite desta terça-feira para manifestar contra a demora das elucidações dos homicídios.
O pedido da prorrogação das prisões foi feito pelo chefe do Departamento de Investigações de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), delegado Wagner Pinto, que assumiu as investigações.
As primeiras prisões aconteceram em abril deste ano, depois que a delegacia de homicídios de Belo Horizonte assumiu os casos e montou uma força-tarefaEntre os presos por suspeita dos assassinatos estão o médico-legista José Rafael Americano, que já deixou a Casa de Custódia da Polícia Civil depois de ganhar um alvará de soltura, os investigadores José Cassiano Ferreira Guarda, Leonardo Correa, Ronaldo de Oliveira Andrade e Gini Cassiano, além do soldado Vitor Emanuel Miranda de Andrade.
Outras três pessoas chegaram a ser presas em maio deste ano durante uma operação na região para cumprir 12 mandados de busca e apreensão relacionados às investigaçõesA ação terminou com três homens presos por porte ilegal de armasA corporação não confirmou se o trio tem relação direta com as execuções.
As hipóteses sobre a participação de policiais civis e militares na série de assassinatos começaram a ser levantadas quando o jornalista Rodrigo Neto foi assassinado no Bairro Canaã, em IpatingaDois homens passaram em uma moto e atiraram contra ele, que chegou a ser socorrido com vida, mas não resistiuO repórter denunciava uma série crimes cometidos por um suposto grupo de extermínio formado por policiais.
Protesto em Ipatinga
Familiares e amigos do jornalista Rodrigo Neto prepararam uma manifestação às 19h desta terça-feira para lembrar os quase 100 dias da morte do homemO protesto está marcado para acontecer na Avenida Selim José de Sales, na altura do número 1.000, local onde aconteceu o assassinato.