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Estado de Minas

Site da BHTrans erra preço da corrida de táxi e tempo previsto para trajeto

EM constata que tempo e valor de corridas são maiores do que os previstos pelo serviço oferecido pela empresa, que desconsidera problemas de trânsito e pode prejudicar motoristas e usuários


postado em 17/06/2013 06:00 / atualizado em 17/06/2013 07:22

Clarisse Souza

Repórter pegou táxi na Savassi, demorou 58min e pagou R$ 46,10 até o Iate Clube, na Pampulha, enquanto BHTrans estima 21min e R$ 40,51(foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
Repórter pegou táxi na Savassi, demorou 58min e pagou R$ 46,10 até o Iate Clube, na Pampulha, enquanto BHTrans estima 21min e R$ 40,51 (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)

Quando o assunto é trânsito e mobilidade urbana, qualquer projeto desenvolvido para facilitar a vida do usuário é bem-vindo. Não param de surgir sites e aplicativos que prometem ajudar a encontrar a melhor rota, chamar táxi de forma mais segura ou se livrar de congestionamentos quilométricos. Seguindo essa tendência, a BHTrans lançou um serviço virtual exclusivo para quem pega táxi. A proposta do site Como vou de táxi é calcular o tempo previsto da corrida e a tarifa aproximada com base no roteiro escolhido pelo passageiro. O Estado de Minas testou o serviço virtual em quatro trajetos e constatou que ele não considera problemas comuns, como tráfego intenso de veículos e congestionamentos nos horários de pico. Isso porque o tempo e o valor pago pelas corridas feitas pela reportagem são maiores do que os previstos, realidade confirmada pelos próprios taxistas. Como consequência, o passageiro que tiver hora marcada e consultar o site pode ter surpresa desagradável chegando atrasado e até nem ter dinheiro suficiente para pagar. Por outro lado, taxistas temem que passageiros exijam pagar o valor estimado no site.

O EM consultou o serviço oferecido pela BHTrans para ir a Venda Nova, Barreiro, Pampulha e Região Noroeste. Em três rotas, a reportagem partiu da praça da Savassi. Já para chegar ao Bairro Coração Eucarístico, Noroeste, o endereço de origem foi a Avenida Afonso Vaz de Melo, no Barreiro. O site orienta o passageiro a inserir apenas os endereços de origem e destino. Depois de confirmar as informações, surgem na tela o tempo previsto de viagem e o cálculo aproximado da tarifa com os valores de bandeira 1 ou 2. A reportagem pediu aos taxistas para fazer o mesmo caminho proposto no site, sem atalhos ou rotas alternativas.

Já no primeiro trajeto, o excesso de veículos no Hipercentro depois das 17h dificultou o cumprimento do tempo de corrida previsto entre a Praça da Savassi e o Iate Clube, na Pampulha. Enquanto o site indica aproximadamente 21 minutos, na prática foram necessários 58 minutos para chegar ao destino.

Os problemas começaram logo que o táxi chegou à Avenida Bias Fortes, no Bairro de Lourdes. Mesmo com o sinal verde, foi quase impossível avançar pela via em alguns trechos na tarde de sexta-feira. O cronômetro da reportagem já marcou 21 minutos antes de chegar ao Viaduto Castelo Branco. Como o percurso sugerido pela BHTrans não indicava a Avenida Antônio Carlos, como caminho, apesar de a via ter faixa exclusiva para táxis, a equipe seguiu pela Avenida Dom Pedro II, onde o trânsito era intenso, mas sem retenções.

Já na Avenida Carlos Luz, mais obstáculos contribuíram para estourar o tempo previsto pelo serviço virtual. O grande volume de carros e ônibus lotavam as três faixas em direção à Pampulha, atrasando a viagem em cerca de 10 minutos. Mas na chegada à orla da Lagoa da Pampulha o excesso de veículos era tão grande também que foram precisos vários minutos para deixar o trecho da Avenida Coronel Oscar Paschoal e alcançar a Avenida Otacílio Negrão de Lima, 1.350.

Com tantas paradas no decorrer da viagem, a tarifa também sofreu alterações, saltando de R$ 40,51 para R$ 46,10. Para o taxista Evandro Manoel Costa, que levou a equipe do EM até o Iate Clube, a proposta do site é boa, mas difícil de ser cumprida. “O trânsito está cada vez pior em Belo Horizonte. A Região Centro-Sul recebe um fluxo intenso de carros o dia inteiro. Até dá para fazer uma corrida com o tempo previsto por esse sistema, mas para isso seria preciso que não tivesse retenção, o que é difícil de acontecer”, avalia Costa, taxista há 18 anos e acostumado aos problemas de mobilidade urbana da capital.

(foto: ARTE EM)
(foto: ARTE EM)

 


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