A Tropa de Choque da Polícia Militar entrou em confronto com os manifestantes que fecham, desde o início da tarde, a Avenida Antônio Carlos, em Belo HorizonteAs primeiras informações são de que os militares usaram bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral para dispersar o grupo de cerca de 10 mil pessoas que marchava rumo ao MineirãoA confusão começou próximo à UFMG, na Região da Pampulha, quando alguns jovens tentaram furar o bloqueio para subir a Avenida Abrahão Caram.
Do local, manifestantes relatam, além das bombas, o uso de spray de pimenta e de balas de borracha pelos militaresAté o momento, não há informações sobre feridosNo Hospital de Pronto Socorro João XXIII, ainda não foi identificado nenhum paciente vítima do confronto. Depois que a ação da Polícia Militar começou, os jovens revidaram arremessando pedras e colocando fogo em alguns objetos na avenida
Vídeo mostra correria após policial lançar bomba contra manifestantes
O clima no local é tenso desde a primeira barreira feita pela Tropa de Choque, às 16h, próximo ao Anel RodoviárioDe acordo com o major Augusto Xavier, a orientação do Comando de Polícia foi de parar os manifestantes antes do MineirãoMais cedo, em conversa com os líderes do movimento, o Major Gilmar Luciano dos Santos, chefe da Sala de Imprensa da PM, tinha acenado que a corporação iria garantir o direito ao protesto próximo ao estádio, desde que não fosse invadido o chamado "setor amarelo", reservado para quem adquiriu ingresso para a partida de futebolNo entanto, a corporação voltou atrás na decisão.
Confira o mapa do confronto em Belo Horizonte:
Durante a caminhada, circularam boatos entre os manifestantes sobre o possível bloqueio da Polícia Militar e do Exército na avenida, para impedir que o grupo se aproximasse do Mineirão Um dos líderes do movimento, Gladson Reis, vice-presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), garantiu mais cedo que o grupo é pacífico, mas já previa a possibilidade do confronto"Vamos seguir com o objetivo de ir até o Mineirão, vamos conversar com a polícia e tentar passar pacificamente, se houver violência a responsabilidade é da PM".
O grupo - que organizou o movimento pelas redes sociais - é composto em sua maioria por estudantes que protestam contra o preço do transporte e a interferência da Federação Internacional de Futebol (Fifa) no país.
RECURSO NEGADO No início desta tarde, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) divulgou que foi negado p recurso impetrado pelo Sind-UTE/MG e pelo Sindpol-MG para tentar cancelar os efeitos da liminar concedida ao Governo Estadual no último 13 de junho, a qual proíbe sindicatos de obstruir vias públicas e tumultuar o trânsito em Minas Gerais durante manifestações para divulgar seus movimentos grevistas.
O desembargador Antônio Sérvulo justificou a decisão afirmando que "é notório que na Capital vêm sendo realizadas diversas manifestações, de todo gênero, quer seja de movimentos paredistas, quer seja de sem terras ou de outras associações, o que resulta em verdadeiro caos no trânsito e dificuldade de locomoção de pessoas"
Protesto na Praça Sete
Manifestantes voltaram a se reunir na Praça Sete no final desta segunda-feiraMuitos deles voltaram da Avenida Antônio, onde entraram em choque com a Polícia MilitarMais cedo, eles se uniram no quarteirão fechado da Rua Rio de Janeiro com cartazes criticando a Fifa, a Copa das Confederações e o valor das passagens do transporte coletivo.
O protesto também ocorre em outras cidades brasileiras, como Rio de Janeiro e São Paulo, e em BH conta com apoio dos movimentos Fora Lacerda, Movimento dos Atingidos pela Copa, Ane, Sind-UTE, alguns partidos políticos, entre outras organizações.