Jornal Estado de Minas

Manifestante cai de viaduto na Avenida Abrahão Caram

Autoridades não confirmam o acidente, enquanto testemunhas afirmam que o jovem se atirou da estrutura ao fugir de bombas arremessadas pela polícia

Daniel Silveira Mateus Parreiras
Fim de tarde teve cenário de guerra na Avenida Antônio Carlos - Foto: Izabela Scharf/Esp/D.A.Press


“Uma verdadeira praça de guerra”É assim que o repórter do Estado de Minas Mateus Parreiras descreveu a situação no cruzamento das avenidas Antônio Carlos e Abrahão Caram, na Pampulha, no começo da noite desta segunda-feiraEm meio à manifestação, ele viu muitos feridos e destaca que um jovem caiu do Viaduto José Alencar, de uma altura de aproximadamente cinco metrosPor meio do twitter, várias pessoas descreveram o acidente, afirmando que o manifestante fugia das bombas arremessadas pela Polícia Militar quando sofreu a quedaEle foi socorrido por policiais militares e levado ao Hospital Risoleta Tolentino Neves, em Venda Nova

VEJA IMAGENS DO PROTESTO EM BH


Depois de mais de seis horas de protesto, centenas de manifestantes ainda resistem à ação da PMPedaços de madeira, cones, cavaletes e outros objetos em chamas foram usados para fazer barricadas no cruzamento da Antônio Carlos com Abrahão CaramOs policiais, por sua vez, mantêm o uso de bombas de efeito moral e balas de borracha para dispersar os manifestantesEquipes do Corpo de Bombeiros foram acionadas por volta das 19h para controlar o fogo ateado em entulhos no meio da Antônio Carlos

PM ainda não tem balanço de quantas pessoas ficaram feridas nos confrontos - Foto: Leandro Couri/EM/D.A Press De acordo com o tenente-coronel Alberto Luiz, chefe da Comunicação da PMMG, Gustavo Guimarães Justino, de 18 anos, se desequilibrou enquanto corria pelo viaduto com um grupo de manifestantesO militar confirmou que os policiais arremessavam bombas de efeito moral para conter o avanço do protestoEle destacou que o jovem estava consciente quando foi socorrido e que não corria risco de morrer

Ele foi levado em uma viatura da PM ao Hospital Risoleta Tolentino Neves, em Venda Nova.

O tenente-coronel Alberto Luiz confirmou ainda que foram disparadas balas de borracha contra os manifestantesEle disse que algumas pessoas se apresentaram a ele durante o protesto exibindo ferimentos provocados pelos projéteis"A orientação era para que isso (uso de balas de borracha) seria a última e extraordinária força para conter injusta agressão", declarouO militar afirmou que a corporação irá verificar se houve excesso por parte de algum policial


Ação violenta


Os milhares de manifestantes se reuniram no começo da tarde na Praça Sete, no Centro de BH, e marcharam até a PampulhaForam cerca de 8 km de caminhada, acompanhada por inúmeros policiaisA palavra de ordem mais ouvida era “sem violência”, uma forma de cobrar das autoridades policiais que permitisse a passeataNo entanto, as lideranças do protesto foram informadas de que seria barrado o acesso do grupo ao entorno do MineirãoPor volta das 17h30 a PM, então, avançou com bombas de gás lacrimogênio, spray de pimenta e balas de borracha para impedir que o protesto fosse adianteOs cerca de 10 mil manifestantes já estavam na UFMG quando foram atacados.

Vídeo mostra correria após policial lançar bomba contra manifestantes

O clima já era tenso desde a primeira barreira feita pela Tropa de Choque, por volta das 16h, próximo ao Anel Rodoviário
A PM afirma que a Tropa de Choque foi atacada com pedras e, só então, revidouAté o momento, não há informações sobre feridos

O grupo - que organizou o movimento pelas redes sociais - é composto em sua maioria por estudantes que protestam contra o preço do transporte e a interferência da Federação Internacional de Futebol (Fifa) no país



Confira o mapa do confronto em Belo Horizonte:

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