“Uma verdadeira praça de guerra”É assim que o repórter do Estado de Minas Mateus Parreiras descreveu a situação no cruzamento das avenidas Antônio Carlos e Abrahão Caram, na Pampulha, no começo da noite desta segunda-feiraEm meio à manifestação, ele viu muitos feridos e destaca que um jovem caiu do Viaduto José Alencar, de uma altura de aproximadamente cinco metrosPor meio do twitter, várias pessoas descreveram o acidente, afirmando que o manifestante fugia das bombas arremessadas pela Polícia Militar quando sofreu a quedaEle foi socorrido por policiais militares e levado ao Hospital Risoleta Tolentino Neves, em Venda Nova
Depois de mais de seis horas de protesto, centenas de manifestantes ainda resistem à ação da PMPedaços de madeira, cones, cavaletes e outros objetos em chamas foram usados para fazer barricadas no cruzamento da Antônio Carlos com Abrahão CaramOs policiais, por sua vez, mantêm o uso de bombas de efeito moral e balas de borracha para dispersar os manifestantesEquipes do Corpo de Bombeiros foram acionadas por volta das 19h para controlar o fogo ateado em entulhos no meio da Antônio Carlos
O tenente-coronel Alberto Luiz confirmou ainda que foram disparadas balas de borracha contra os manifestantesEle disse que algumas pessoas se apresentaram a ele durante o protesto exibindo ferimentos provocados pelos projéteis"A orientação era para que isso (uso de balas de borracha) seria a última e extraordinária força para conter injusta agressão", declarouO militar afirmou que a corporação irá verificar se houve excesso por parte de algum policial
Ação violenta
Os milhares de manifestantes se reuniram no começo da tarde na Praça Sete, no Centro de BH, e marcharam até a PampulhaForam cerca de 8 km de caminhada, acompanhada por inúmeros policiaisA palavra de ordem mais ouvida era “sem violência”, uma forma de cobrar das autoridades policiais que permitisse a passeataNo entanto, as lideranças do protesto foram informadas de que seria barrado o acesso do grupo ao entorno do MineirãoPor volta das 17h30 a PM, então, avançou com bombas de gás lacrimogênio, spray de pimenta e balas de borracha para impedir que o protesto fosse adianteOs cerca de 10 mil manifestantes já estavam na UFMG quando foram atacados.
O clima já era tenso desde a primeira barreira feita pela Tropa de Choque, por volta das 16h, próximo ao Anel Rodoviário
O grupo - que organizou o movimento pelas redes sociais - é composto em sua maioria por estudantes que protestam contra o preço do transporte e a interferência da Federação Internacional de Futebol (Fifa) no país