Jornal Estado de Minas

Trânsito na Praça Sete foi bloqueado entre 18h e 23h30

Trânsito na Avenida Afonso Pena ficou bloqueado desde as 18h; protesto no Centro transcorreu de forma pacífica

Daniel Silveira
Principal cruzamento da capital foi totalmente tomado por manifestantes durante a maior parte da noite - Foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press Oito horas depois de iniciados os protestos em Belo Horizonte nesta segunda-feira, o clima ainda é de tensão no Centro da capitalÀs 21h30, milhares de manifestantes permaneciam ocupando a Praça Sete, enquanto outras centenas se dirigiram até a porta da prefeituraO tráfego de veículos seguia completamente interditado nos dois sentidos da Avenida Afonso Pena e só foi liberado às 23h30A ação transcorria de forma pacífica, com policiais militares acompanhando de longe a mobilização.

FOTÓGRAFOS DO EM REGISTRAM CENÁRIO DE GUERRA EM BH; CONFIRA

Por volta das 18h, cerca de 3 mil pessoas voltaram à Praça Sete, palco do início da mobilização que teve início no começo da tardeDe forma pacífica, o grupo ocupou o Pirulito, e fechou o trânsito no cruzamento das avenidas Afonso Pena e AmazonasNão havia um grupo específico no localCartazes e faixas com palavras de ordem protestam, entre outros motivos, contra o prefeito da cidade, o dinheiro público destinado à realização dos eventos esportivos da FIFA na capital, o preço das passagens de ônibus, a corrupção

Por volta das 20h30, começaram a chegar na Praça Sete grupos de manifestantes que dispersaram dos demais que se mobilizavam no entroncamento das avenidas Antônio Carlos e Abrahão Caram, na PampulhaLá, a Polícia Militar reprimiu o movimento de forma violentaBombas de efeito moral, spray de pimenta e balas de borracha foram usados pelos militares para impedir que a manifestação chegasse próximo ao Mineirão.

- Foto: BHTrans/Divulgação Vários discursos se misturavam entre os manifestantesFaixas e cartazes exibiam palavras de ordens distintasHavia quem reclamava o preço das passagens de ônibus, criticava o uso de dinheiro público para promover eventos esportivos da FIFA no país, cobrava o fim da corrupção, repudiava a PEC 37 e, até mesmo, pedia o fim do exame da Ordem dos Advogados do Brasil
Todos exaltavam o direito à livre expressão de ideias, de mobilização social e de valorização da democracia.

Ação violenta

- Foto: Marcos Michelin/EM)D.A Press

Vários manifestantes ficaram feridos durante confronto com policiais militares ao longo da Avenida Antônio CarlosUma das vítimas caiu de uma altura de aproximadamente cinco metros, do alto do Viaduto José Alencar, no entroncamento das avenidas Antônio Carlos e Abrahão CaramGustavo Guimarães Justino, de 18 anos, foi socorrido por policiais militares e levado ao Hospital Risoleta Tolentino Neves, em Venda Nova.

De acordo com o tenente-coronel Alberto Luiz, chefe da Comunicação da PMMG, Gustavo se desequilibrou enquanto corria pelo viaduto com um grupo de manifestantesO militar confirmou que os policiais arremessavam bombas de efeito moral para conter o avanço do protestoEle destacou que o jovem estava consciente quando foi socorrido e que não corria risco de morrer.

O tenente-coronel Alberto Luiz confirmou ainda que foram disparadas balas de borracha contra os manifestantesEle disse que algumas pessoas se apresentaram a ele durante o protesto exibindo ferimentos provocados pelos projéteis"A orientação era para que isso (uso de balas de borracha) seria a última e extraordinária força para conter injusta agressão", declarouO militar afirmou que a corporação irá verificar se houve excesso por parte de algum policial.