Jornal Estado de Minas

Em vídeo, coronel Claúdia diz que foi surpreendida pela ação contra manifestantes

A comandante do policiamento da capital afirmou a um superior durante que a ordem de atirar não teria partido dela que estava junto com os manifestantes

Marcelo Ernesto
- Foto: Marcos Michelin/EM)D.A Press

Um vídeo gravado por manifestantes durante o protesto da tarde desta segunda-feira mostra a Coronel Claúdia Romualdo, comandante do policiamento da capital, dizendo que tentava negociar com os manifestantes quando foi surpreendida pela ação militar“Eu estava falando com o pessoal ali e falei: gente não passa, tem uma linha de policiais ali, fica aquiE eu fiquei conversando, quando eu olhei para trás já tinha bomba, eu tomei gás”, disse com os olhos vermelhos por causa do efeito do gás lacrimogêneo. 

Ainda no vídeo, a Coronel responde a um superior a quem ela chama de “comandante” dizendo que não foi a responsável pela ordem que deu origem ao confronto entre os manifestantes e a PM“Eu estou junto com os manifestantes tomando gás do mesmo jeito”, disse e completou: “Eu não estava na linha láEu não sei quem deu ordem para atirarNão fui eu, eu estava aquiQuem estava na frente da manifestação era o tenente coronel CíceroTem que ligar pra eleEu to tentando ligar e não consigo”, justificou

Veja imagens do protesto

A Tropa de Choque da Polícia Militar entrou em confronto com os manifestantes que fecharam, desde o início da tarde, a Avenida Antônio Carlos, em Belo Horizonte Os militares usaram bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral para dispersar o grupo de cerca de 10 mil pessoas que marchava rumo ao Mineirão
A confusão começou próximo à UFMG, na Região da Pampulha, quando alguns jovens tentaram furar o bloqueio para subir a Avenida Abrahão Caram

Mais cedo, cerca de 2,5 mil pessoas fecharam a Praça Sete, Centro de Belo Horizonte De lá, eles seguiram em passeata pela avenida Antônio Carlos até a porta da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), onde ocorreu o confrontoAinda durante o confronto, Gustavo Guimarães Justino, de 18 anos, se desequilibrou enquanto corria pelo viaduto com um grupo de manifestantes De acordo com o tenente-coronel Alberto Luiz, chefe da Comunicação da PMMG, o jovem foi socorrido por uma viatura da PM para o Hospital Risoleta Tolentino Neves, em Venda Nova, e que ele não corre risco de morrer

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