Uma onda de vandalismo tirou o tom pacífico das manifestações realizadas ao longo desta terça-feira em Belo HorizonteUm grupo separado dos manifestantes jogou bombas e tentou quebrar a porta da prefeitura por volta das 22hEles depredaram parte do prédioDisperso da mobilização que ocorria simultaneamente na Praça da Liberdade, outro grupo destruiu o Relógio da CopaDe volta à Praça Sete, os mesmos vândalos danificaram pelo menos quatro ônibus, promovendo terror entre motoristas e passageiros de coletivos no cruzamento da Rua Espírito Santo com a Avenida Afonso PenaNão havia policiamento nas imediações durante os ataques e, durante mais de uma hora de quebradeira na via, apenas três viaturas da Patrulha de Trânsito passaram pelo local.
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"Ontem vi um protesto pedindo algo positivo, hoje vejo que abandonar as ruas foi uma estratégia da polícia e, nessa hora, surgem muitos vândalos", opinou a universitária Rafaella Magalhães, de 23 anos"A polícia foi retirada para que as pessoas que não estão no protesto passem a odiar tudo isso", completouAcompanhada de três amigas, a estudante M., de 23, relata a falta de policiais no centro da cidade durante a noite"A polícia somos nós", disparou"Agora só restaram os vândalos, é por causa deles que toda uma revolução que começava a se construir desmorona", conta a jovem que não atribuiu os ataques a nenhum grupo específico: "vi muito punk participar da manifestação numa boa, apoiando a causa"
Os manifestantes estavam reunidos na Praça Sete desde às 18 horas
Inúmeros manifestantes se mostraram contrários à ação de vandalismo e começaram a gritar palavras de ordem em favor da paz"Sem violência, sem violência", repetiam em coroPorém, não foram atendidosOs mesmos vândalos continuaram a jogar pedras e pedaços de madeiras contra o prédioUma rampa de madeira acabou incendiada
Um jovem, Graciano Ribeiro da Silva, de 18 anos, que participava do protesto, sofreu um ferimento na boca e no rosto durante a confusão
Grupo mascarado
Estudantes que não quiseram se identificar afirmaram que o ataque ao relógio da Praça da Liberdade que marca a contagem regressiva para início da Copa 2014 foi protagonizado pelo mesmo grupo que promoveu quebradeira no começo da noite na Avenida Antônio CarlosTal grupo seria formado por pessoas mascaradas e alguns punks.
Os estudantes ouvidos pela reportagem do em.com afirmam que o grupo mascarado se infiltrou entre os manifestantesAlgumas pessoas tentaram conter o ataque ao relógio, mas não conseguiram evitar os estragos"Dava para ver, claramente, que esse grupo queria promover apenas a desordemOs manifestantes gritavam e tentavam contê-los, mas eles só queriam tacar fogo em lixo e ameaçar motoristas de ônibus", relatou o advogado Breno Romanini, que acompanhava o protesto na Praça da Liberdade e se surpreendeu com as cenas de vandalismo que presenciou.
Integrantes deste grupo anônimo subiram em cima de um coletivo e começaram a depredar o veículoQuebraram a porta, esvaziaram pneus, e do sobre o teto arremessavam bombas na ruaPassageiros se mostravam assustados, principalmente quando alguns dos vândalos invadiram o ônibusEm seguida, outro coletivo foi atacadoAssustados, motoristas avançavam sobre o canteiro central da Avenida Afonso Pena para evitar passar pelo trecho em que os vândalos promoviam quebradeira.
Vandalismo na Avenida Antônio Carlos
O protesto que começou pacífico na Avenida Antônio Carlos também teve momentos de tensãoPessoas mascaradas e punks fecharam algumas ruas que dão acesso à avenida e atiraram pedras em outdoors, além de derrubar cones e placas de trânsitoUm ônibus tentou furar o bloqueio e teve o vidro quebrado