Os responsáveis por depredação de lojas, pichações e invasão de um banco no Centro de Belo Horizonte são criminosos, vândalos e oportunistas, na definição de autoridades de segurança públicaDos 12 detidos em flagrante na noite de terça-feira, nove já tinham ficha criminal, incluindo os três menores, de 16 e 17 anosA Secretaria de Estado de Defesa Social informou que não há orientação para que a Polícia Militar se mantenha distante em casos de vandalismoSegundo o secretário Rômulo Ferraz, se houver tumulto o efetivo policial está pronto para agir com rigorEle afirma que a mobilização popular vem sendo grande, mas que as lideranças não conseguem controlar a dispersão, momento em que acontecem os confrontosO secretário frisou que os manifestantes não poderão ultrapassar a zona de exclusão no raio de dois quilômetros do Mineirão estabelecido pela Fifa.



“Há uma estrutura para garantir a manifestação pacífica, mas, se algo acontecer, não tenham dúvidas: a PM vai para o confrontoNa segunda-feira, aquela multidão não poderia ultrapassar a faixa de dois quilômetros do MineirãoHavia esse compromisso com a Fifa, com risco de punição, e pela própria segurança daquelas pessoasA polícia continuará acompanhando os protestos, mas o Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais) e o efetivo do Batalhão de Choque se farão presentes para qualquer eventualidade”, afirmou o secretário.

Segundo a comandante do Policiamento na Capital, coronel Cláudia Romualdo, desde ontem a corporação negocia com lideranças estudantis para que os pontos de concentração, trajetos e locais de encerramento dos protestos sejam planejados em conjunto, de forma a preservar a integridade dos manifestantes ordeiros“Eles nos procuraram e perguntaram o que era melhor fazerNós nos colocamos à disposição, com telefones e e-mails, para estabelecer pontos de concentração e dispersão, além dos limites que não podem ser rompidosEsse planejamento permitirá que o legítimo manifestante faça seu papel, impedindo que o vândalo, pichador e criminoso possa se valer desse momento para praticar crimes”, explicou a oficial“Nós estamos vendo manifestantes com rostos pintados e alguns que preferem se esconder.”


A comandante sustentou que a Polícia Militar não demorou a agir diante dos vândalosSegundo ela, os policiais estavam no local durante as depredações de segunda-feira, mas só puderam intervir em um momento estratégico, porque os detidos estavam misturados aos “manifestantes legítimos”Por isso, segundo ela, a polícia agiu apenas quando não havia risco para a população ordeira.

INVESTIGAÇÃO De acordo com o chefe do Departamento de Polícia da capital, delegado Anderson Alcântara, não há indícios, por enquanto, de que as ações de vandalismo e depredação sejam orquestradasEm depoimento, os acusados não demonstraram envolvimento entre si e nem sequer sabiam o motivo da manifestaçãoDos nove adultos, apenas três não tinham passagem pela políciaUm deles é de classe média“Nenhum deles trabalha ou estudaNão são manifestantesSão oportunistas que se aproveitam da situação para o crime”, afirmou.

Entre os que já tinham ficha criminal, Renato Soares Pinheiro, de 32 anos, respondeu por roubo e furto; Antônio Jorge Santos Silva, de 33, tem duas passagens por furto, uma por ameaça e outra por tráfico de drogas; Helbert Bento de Souza, de 24, foi preso por rouboMichel de França Silva, de 23, é foragido da Justiça: contra ele havia um mandado de prisão por rouboA Justiça decretou a internação dos três menores, dois de 16 anos e um de 17Segundo as investigações, eles têm envolvimento com drogas e já tinham cometido roubos, furtos e crimes contra o patrimônioUm dos menores tinha seis passagens pelo Centro Integrado de Atendimento ao Adolescente Autor de Ato Infracional (CIA/BH), o outro duas e o terceiro uma.

“É bom fazer um alerta aos jovens que participam e aos pais desses jovens: em um movimento como esse, com 20 mil, 50 mil, 100 mil pessoas, onde há todo tipo de gente, há um certo riscoEmbora tenha que se evitar ao máximo, pode acontecer uma situação traumática”, completou o secretário Rômulo Ferraz.