O reforço solicitado pelo governador Antonio Anastasia (PSDB) ao governo federal para acompanhar os protestos e reprimir a ação de vândalos entra em operação hoje em Belo Horizonte. O primeiro grupamento da Força Nacional de Segurança, formado por 60 homens do Batalhão de Choque da Polícia Militar do Distrito Federal, vai patrulhar as ruas da cidade. Amanhã, mais 106 integrantes da tropa federal desembarcam na capital. Eles virão de vários estados e vão se juntar às tropas da PM que desde a semana passada fazem a vigilância das manifestações.
Os policiais vindos de Brasília fizeram a viagem por terra e sua chegada a BH estava prevista para esta madrugada. Eles ficarão alojados na Academia de Polícia Militar, no Bairro do Prado, na Região Oeste da capital, onde também ficarão os militares que chegam amanhã. Em princípio, segundo informou o tenente-coronel Alberto Luiz, chefe de comunicação da PM, as tropas da Força Nacional serão empregadas na vigilância do entorno do estádio do Mineirão durante as partidas pela Copa das Confederações e na proteção da Praça Sete e da Praça da Estação, onde ocorre a “Fan fest”, com shows de música.
De acordo com o porta-voz da PM, o reforço das tropas federais vai permitir que as unidades da Polícia Militar até então escaladas para a proteção do Mineirão, da Praça Sete e da Praça da Estação sejam deslocadas para a atuação em outros locais de manifestação, para impedir atos de vandalismo como os ocorridos anteontem.
PRONTIDÃO O secretário de Estado de Defesa Social, Rômulo Ferraz, fez questão de informar que as tropas da Força Nacional de Segurança ficarão sob o comando da Polícia Militar de Minas Gerais. “É um número suficiente de policiais pela capacidade da Força, assim como o Exército, que participa de prontidão. A Força Nacional está à disposição do comando da Polícia Militar de Minas Gerais, para agregar contingente no evento", disse Ferraz ontem durante a entrevista coletiva para falar sobre a prisão de vândalos que destruíram e saquearam lojas na Praça Sete.
A preocupação do secretário e da militar em destacar a presença de um oficial mineiro no comando das tropas de fora é uma tentativa de evitar um desgaste maior com os militares de maior patente da PM, tenentes-coronéis e coronéis. Fontes que pediram para permanecer em off revelaram ao Estado de Minas que o pedido de envio de tropas federais para Minas desagradou os comandantes, que consideram a iniciativa um gesto de desprestígio para a PM. De acordo com as fontes, a corporação mineira tem todas as condições de controlar os protestos e reprimir os atos de vandalismo sem precisar recorrer à Força Nacional de Segurança.