Guilherme Paranaiba
Cinco centavos a menos na passagem dos ônibus municipais de Belo Horizonte, mas só a partir de agosto, e se tudo correr bem e os vereadores aprovarem. Essa foi a previsão do prefeito Marcio Lacerda, ao anunciar ontem que vai enviar projeto de lei à Câmara Municipal desonerando as empresas que operam o transporte coletivo do Imposto Sobre Serviços (ISS), que representa 2% da receita do setor.
Pressionado pelos protestos que se uniram à onda nacional de manifestações, especialmente pelo valor das tarifas do transporte público, o prefeito disse que novas mudanças nas passagens vão depender de um estudo sobre a rentabilidade dos ônibus em BH, que será concluído em novembro.
Segundo Lacerda, em 2012 a receita das 43 empresas dos quatro consórcios de transporte coletivo da capital passou de R$ 1 bilhão. Com a isenção do ISS, a prefeitura deixaria de arrecadar cerca de R$ 25 milhões, o que geraria uma queda de 1,8% no preço da passagem. Fixada hoje em R$ 2,80, a tarifa dos ônibus baixo a bairro seria reduzida para R$ 2,75 e a dos circulares cairia 2,5%, passando de R$ 2 para R$ 1,95. A tarifa dos coletivos para os aglomerados, de R$ 0,65, não sofreria alteração, segundo a proposta a ser encaminhada ao Legislativo até segunda-feira. “É uma renúncia de receitas que afeta a capacidade da cidade. Podemos adiar investimentos em infraestrutura”, disse Lacerda, sem mencionar o que seria prejudicado com a perda dos recursos.
Lacerda comentou as manifestações e disse estar preocupado com os vândalos no movimento. “O problema é que a democracia se faz pela representação política e nosso sistema político-partidário está praticamente falido. A maioria da população acha que ele deveria funcionar melhor na sua transparência.”.