Jornal Estado de Minas

A voz dos pequenos

Crianças opinam sobre manifestações, fazem os próprios cartazes e condenam vandalismo

Luciane Vidigal - Especial para o EM
Alunos de 8 e 9 anos da Escola da Serra pedem mais praças, parques públicos seguros e ciclovias - Foto: BETO MAGALHÃES/EM/D.A PRESS
Ainda não está nos livros, mas Rafael Augusto de Souza, de 12 anos, tem certeza de que o movimento que explode já entrou para a história do Brasil e, no futuro, será matéria estudada por todos de sua idadeAtentas às vozes das ruas, as crianças dde BH têm discutido os manifestos na escola e em casaE dão opiniõesSão a favor das manifestações, mas o vandalismoSabem que o motivo já não é a passagem de ônibusE dizem tirar lições da mobilização: “Se não batalharmos pelos nossos direitos, nada vai mudar”, ensina Rafael, do Instituto Coração de Jesus

Em casa, os pais tentam passar para os filhos uma visão de tudoNa escola, professores fazem o mesmoEm algumas, educadores fazem trabalhos voltados para o temaNa Escola da Serra, na Região Centro-Sul, os alunos de 8 e 9 anos levaram para a sala recortes de jornais e fizeram mural apontando o que querem mudar no paísLiz Camara Bronfen, de 8, levou o Estado de Minas para debater as notícias“Tenho achado muito bom esses protestos, mas muitas pessoas avacalham as manifestações
São os vândalosIsso é feio”, comenta a aluna Fernanda Buratto, de 8, da Escola da SerraSeu colega João Mazochi, da mesma idade, diz que o dinheiro gasto com a Copa deveria ter sido investido em educação e saúde.

O vandalismo é condenado pelos alunos do Coração de JesusRafael afirma que valem mais as palavras do que o quebra-quebraSeu colega Diego da Cunha, de 12, apoia os protestos e quer acompanhar tudo de perto“Gostei muito do cartaz ‘Desculpe os transtornos, estamos mudando o Brasil’É isso que queremos, menos Copa e mais dinheiro para a saúde e educação”, defende.

Pelas escolas municipais, a sensação é parecidaAlunos do Imaco estão otimistas“Não quero um país destruído nem que o governo cobre caro por serviços públicos, como os ônibusTem muita gente que está com dívida e precisa pagar um tanto de contas, por isso, não se podem aumentar as passagens dos ônibus”, disse Júlia Santos de Carvalho, de 9.