Segundo a assessoria de imprensa do órgão, o deputado Durval Ângelo (PT) leu hoje uma carta do delegado a qual a Comissão de Direitos Humanos da ALMG teve acessoNela, Toledo afirma que não tem interesse em participar das audiências, pois tem direito de permanecer calado e ninguém é obrigado a produzir provas contra si mesmo
Durval Ângelo, que é presidente da comissão, disse que não vai mais convocar o delegado, que está preso na Casa de Custódia da Polícia Civil, mas isso não impede que outro parlamentar tenha a iniciativa em outras ocasiõesA primeira audiência sobre a morte da adolescente aconteceu em 9 de maio e o comparecimento do delegado ma reunião foi negado por uma juízaTambém por carta, Toledo insistiu que Amanda Linhares atirou contra a própria cabeça e deu sua versão sobre o caso
Na semana passada, Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) ofereceu denúncia contra Geraldo Toledo por homicídio qualificado – motivo torpe e dissimulação -, e por fraude processualAlém dele, três amigos, a advogada e uma ex-namorada foram denunciados por fraude processual, sendo as duas últimas por falso testemunho
Entenda o caso
Em 14 de abril, Amanda estava em companhia do delegado quando, depois de um atrito com ele, foi baleadaTestemunhas disseram que o casal estava no carro do policial, na estrada entre Ouro Preto e o distrito de Lavras Novas, na Região Central de MinasO delegado nega que tenha atirado na adolescente, com quem mantinha um relacionamento marcado por desavenças, que geraram ocorrências policiais
Pela versão do suspeito, Amanda Linhares tentou se matarO delegado buscou a jovem em Conselheiro Lafaiete e depois seguiram para Ouro PretoDepois de uma ligação à Polícia Militar avisando que o casal foi visto brigando na estrada, veio a informação de que Amanda havia sido deixada em unidade de pronto atendimento (UPA) da cidade com um tiro na cabeçaFuncionários da unidade de saúde informaram aos militares que o homem que a deixou no local disse que ela tentou o suicídio
O carro do policial, um Peugeot preto, foi apreendido e periciadoApesar da afirmação de que a adolescente tentou se matar, exames residuográficos nas mãos dela não acharam vestígios de pólvoraAmanda foi transferida para o Hospital João XIII, onde morreu em 3 de junho, após 51 dias internada.