A Assembleia Popular de Belo Horizonte e o Comitê Popular dos Atingidos Pela Copa (COPAC) emitiu nota sobre os rumos tomados pela manifestação desta quarta-feira. Os grupos participaram, nessa terça-feira da reunião com o governador Antonio Anastasia, onde foi discutida a rota da manifestação e a segurança dos participantes.
No comunicado, os grupos relatam que foi realizado um cordão humano para que a marcha seguisse a rota acertada com o governo, mas que um grupo de manifestantes forçou a entrada em direção às barreiras montadas pela PM.
Confira a nota na integra:
Às 13 horas da tarde de hoje a Praça Sete já estava lotada. Emissoras de TV divulgaram que 50 mil pessoas chegaram a participar das manifestações de hoje na capital mineira. Os manifestantes, ainda no local, propuseram uma votação: qual seria o trajeto do ato? Pampulha, pela Av. Antônio Carlos, ganhou. A ideia era seguir essa avenida até a Lagoa, evitando o acesso ao Mineirão – local lotado de policiais.
A Assembleia Popular de Belo Horizonte e a COPAC, além de diversos movimentos e organizações sociais, incentivaram durante todo o trajeto, inclusive com um carro de som, que a manifestação não fosse em direção ao Mineirão e seguisse de forma segura para os participantes - dado a forma como a PM atuou nos últimos atos.
Já no cruzamento da Av. Antônio Carlos com a Av. Abrahão Caram, essas organizações e outros manifestantes fizeram um cordão humano para que ninguém seguisse em direção ao bloqueio feito pela Tropa de Choque. Um grande grupo do protesto, porém, insistiu em ir para esse lado, furando o cordão humano. O carro de som utilizado pela Assembleia foi, inclusive, alvo de pedras. O conflito se iniciou e diversas bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral foram jogadas pela PM, dispersando toda a manifestação, não apenas quem tentou avançar contra a polícia.
Enquanto outro grande grupo, que já tinha seguido a Av. Antônio Carlos sem tentar passar pela Av. Abrahão Caram, decidiu ir por outro local e depois retornar para o centro (diversos manifestantes que estavam nesse grupo contam, também, que a PM fechou rotas de fuga que, segundo o acordo, deveriam estar abertas, e que a polícia atingiu toda a manifestação, não só quem quis furar o bloqueio), outro decidiu ficar e o conflito se estendeu até o começo da noite. Enquanto o primeiro grupo já chegava no centro, algumas lojas eram destruídas na região da Pampulha e vários pontos da avenida estavam em chamas. A PM, depois de aproximadamente uma hora e meia, decidiu avançar pela Av. Antônio Carlos, informando através de um carro de som que todos nas ruas deveriam voltar para casa, e, entre diversas mensagens de ordem, que a polícia estava "reinstaurando a ordem pública".
Aos manifestantes que chegavam na Praça 7, policiais avisavam que teria conflito no centro e que era para todos irem para casa. A manifestação por lá era pacífica.