Douglas Henrique de Oliveira Souza, de 21 anos, era um jovem brasileiro que veio do interior para estudar e trabalharNão prosseguiu nos estudos, mas labutava todos os dias para ajudar a sustentar a famíliaEle foi às ruas na quarta-feira com dois amigos para melhorar o BrasilNão voltou para casaMorreu ao cair de um viaduto, em meio à troca de violências dos dois lados da trincheiraEstava sozinho.
As duas situações – o individualismo e a solidão – talvez se somem para deixar ardendo nos olhos, como atingidos por gás que fere, a mais triste das perguntas: quem vai chorar a morte de Douglas, além de sua família? Uma vida jovem que se perde daquela maneira deveria parar o mundo, o inútil jogo de futebol a poucos metros, a estupidez que se alastrava à sua voltaSem Douglas, a vida da cidade deveria ter ficado sem sentido.
A política precisa da solidariedadeNão foi por acaso que a fraternidade foi incorporada aos princípios da maior revolução modernaMais que liberdade e igualdade, que são ideias, é a fraternidade que dá o sentido humano da política
Em todos esses casos, o sentimento era o mesmo: poderia ser um de nós, um irmão, um filhoÉ este sentimento coletivo que cria identidades políticas capazes de mover o mundo de verdade e de dar sentido às fileiras que marcham de mãos dadas em torno de ideias generosas.
O individualismo anárquico das redes sociais parece gerar um compromisso de outra ordem, mais funcional e operativo, mas menos humano e verdadeiroUma passeata de resultadosTalvez por isso se fale tanto em anônimos e se usem tantas máscaras idiotasA morte não permite disfarcesEla mostra o rostoE o choro da mãe que perdeu um filhoNão existe dor maior.
Em nome de Douglas Henrique, a tarefa agora é reunir forças, aclarar os propósitos e organizar a lutaSem política, a tristeza é senhora.