O governador Antonio Anastasia (PSDB) solicitou, na tarde desta sexta-feira, à Secretaria de Estado da Fazenda e à Advocacia Geral do Estado que realizem estudos para avaliar a possibilidade de prorrogação dos prazos para recolhimento de impostos estaduais das empresas que foram quebradas, saqueadas e destruídas por vândalos durante a manifestação da última quarta-feira. A medida será apurada em caráter de urgência. Para a Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), o ideal seria a isenção dos tributos.
Os estudos deverão terminar na próxima semana. Segundo a Secretaria de Estado de Governo (Segov), serão avaliados os mecanismos para a adequada identificação das empresas que poderão se credenciar para receber o benefício, incluindo a comprovação dos danos através de ocorrências policiais.
O presidente do CDL/BH, Bruno Falci, afirma que a iniciativa do governador de tentar algum benefício para as empresas atingidas já é um bom começo, mas que o ideal seria a isenção dos impostos. “Uma prorrogação não é o pleito nosso, pois prorrogando, as empresas vão ganhar os juros deste período. E isso não vai custear os prejuízos de empresas que tiveram carros quebrados, por exemplo”, explicou.
A entidade já estuda uma medida para poder evitar os prejuízos para os empresários. “Vamos fazer um levantamento para tentar quantificar qual é o prejuízo e depois abrir um canal de diálogo com o governo. É um processo de construção. Em primeiro lugar, temos que colocar à disposição dos associados e das pessoas que tiveram mais prejuízos. Vamos pegar a parte jurídica para avaliar quem é o responsável e quem poderá ajudar”, afirma.
Falci criticou a atuação da polícia e afirmou que medidas terão de ser tomadas para os próximos protestos marcados em Belo Horizonte. “Estão previstas novas manifestações, mas as polícias Militar e a Civil estão prontas para agir? Elas têm de preservar o patrimônio, público, o bem da população e o bem privado no mesmo equilíbrio. Fica muito claro que teve algo errado na última quarta-feira. Onde eles quiseram blindar, que é o Mineirão, eles conseguiram. Mas onde tinha policiais no corredor da Antônio Carlos, sendo que todos sabiam que a manifestação passaria por lá?”, exclamou.